1 Nunca te vingues.
2 Guarda a paciência e desculpa sempre.
3 Esta é uma página real no livro do cotidiano:
Um amigo em provação sofrera golpes sobre golpes.
4 O companheiro, que supusera, lhe fosse mais dedicado, arrasara-lhe a alegria.
5 Apropriara-se-lhe, indebitamente, da chácara que o pai lhe havia confiado, ao despedir-se da existência; apartara-o da esposa com atitudes fraudulentas e, por fim, tomara-lhe o filho quase criança e, após habituá-lo à cocaína, dele fizera perigoso salteador.
6 Por isso mesmo, jurou aniquilá-lo.
7 Cientificara-se de que o conturbado irmão compareceria a determinada festividade, em data à distância de um mês, depois de complementar o seu plano infeliz.
8 Adquiriu a arma de que se serviria e ensaiou o gesto trágico.
9 Na semana que se lhe seguiu ao projeto, no entanto, foi conduzido por irmãos devotados a certo lar que se entrega ao culto do Evangelho do Cristo. n
10 A lição em pauta era o perdão para os inimigos.
11 O inesperado visitante escutou as preleções da hora e comoveu-se ao refletir nos ensinamentos de Jesus.
12 Iluminado por súbita renovação, decidiu esquecer as ofensas recebidas.
13 No dia imediato, reconhecia-se outro, à procura da felicidade própria, na certeza de que Deus o abençoaria.
14 Passaram as horas sobre as horas, quando eis que a vida lhe traz uma surpresa estranha: no mesmo sítio, onde praticaria o delito, na data prefixada, ao término das manifestações de regozijo de quantos partilhavam a festa mencionada, aquele que se lhe fizera desapiedado agressor caiu nos braços da morte, sob violento colapso cardíaco.
15 Ensinamento do fato: jamais nos vinguemos.
16 Todos nós, aqui, ali e mais além, estamos todos sob o controle das leis de Deus.
Meimei
[1] No original: “de Cristo” — Vide explicação de Allan Kardec sobre a anteposição do artigo à palavra Cristo.