O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Doutrina e aplicação — Autores diversos


18

Trabalho e caridade

1 MEUS amigos, que o Senhor nos reúna em sua paz.

2 Comove-me, sobremaneira, a oportunidade de falar-vos, igualmente, nesta noite, rica de emoção e alegria para nós todos que nos harmonizamos nesta casa de amor cristão na sementeira do Evangelho simples e puro.


3 Que dizer-vos de nossa expectativa, de nossa esperança? O tempo voa apressado e a luta modifica os aspectos da experiência humana, entretanto, os nossos interesses efetivos da alma são os mesmos.

4 Guardamos no coração o programa de aperfeiçoamento da primeira hora, programa que se estende além do túmulo, compelindo-nos a ingente serviço de aplicação com o Divino Mestre.


5 Ah! Se pudesse, meus irmãos, descerrar-vos o véu que vos oculta a verdadeira visão da Vida Imperecível. Não obstante todos os conhecimentos amealhados por minha pequenina inteligência e por meu obscuro coração, a passagem no rumo da Vida Nova me impôs intraduzível reajustamento não no capítulo das convicções, mas, no setor da ação pessoal no aprimoramento íntimo.


6 Compreendi, aqui, com mais clareza, que Espiritismo sem caridade e sem trabalho é ruinoso esquecimento dos benefícios recebidos do Alto, traduzindo endurecimento e ingratidão.

7 É imprescindível mover nossa mente no espírito de serviço e santificar o coração no amor com que nos cabe empenhar todas as energias no bem aos semelhantes.

8 Todos vós que me ouvis, companheiros de luta e alegria, irmãos de muitas jornadas na Terra, despertemos nossas forças para a obra individual que o Senhor espera de nosso concurso em sua colheita de amor e luz.


9 Não aguardemos alheia colaboração, situando alma e pensamento, coração e cérebro nesse abençoado esforço de estender o tesouro das Bênçãos que nos foi conferido, irradiando de nós mesmos a paz e a bondade, a fraternidade e a regeneração.

10 Estreito é o caminho de acesso às Fontes Superiores e curto é o tempo de experiência construtiva no corpo.

11 O tempo é o campo sublime que não devemos menosprezar.


12 Atualmente, em nossa condição de desencarnados, para vós outros não passamos de sentinelas, cujo único mérito é o de vos relacionar os perigos da jornada e os percalços da senda que nos compete percorrer.

13 Muita gente acredita, exclusivamente, no conselho de si própria, entretanto, os que sofreram conhecem o caminho com mais precisão e é por isto que nos oferecemos ao serviço de doutrinação espiritual, acreditando que nos relevareis a boa vontade.


14 Grande, em verdade, é o nosso júbilo identificando-vos os propósitos elevados na direção do Reino Divino, observando o cuidado com que vos consagrais à Obra do Mestre Compassivo e Inesquecível, acompanhando-vos as realizações, a benefício do bem-estar coletivo, inspirados pelo Espiritismo Cristão em que nos irmanamos; 15 entretanto, meus amigos, é indispensável cresçamos mais intensamente na academia da Espiritualidade Superior, dentro da qual os discípulos são, eles mesmos, os livros vivos do Infinito Bem, invariavelmente prontos a expressarem nas próprias vidas a mensagem de Jesus, sem reclamar recompensa, sem contar lágrimas, sem alinhavar queixas, sem intemperança mental, porquanto não ignoram que uma Justiça Soberana e Salvadora segue, de perto, as lutas de cada aprendiz, ajustando-as aos gloriosos imperativos da Lei que manda conferir a cada homem o resultado vivo de suas obras.


16 Unamo-nos mais extensamente na doutrina operante e regeneradora.
17 O trabalho movimenta — a caridade guia.
18 O trabalho renova — a caridade ilumina.
19 O trabalho instrui — a caridade educa.
20 O trabalho modifica — a caridade socorre.
21 O trabalho esclarece — a caridade santifica.
22 O trabalho alimenta — a caridade abençoa.


23 Com o trabalho o homem se engrandece. Com a caridade o homem se eleva para o Senhor.

24 Sem trabalho e sem caridade, cada dia, cada hora, cada minuto da vida, não nos aprimoraremos no santuário que penetramos à procura de amparo e consolação.


25 Libertemo-nos das forças entorpecentes da inércia espiritual, combatendo-as com duplicado fervor.

26 Com semelhantes afirmativas, meus amigos muito amados, não desejamos senão impulsionar-vos, com mais calor, para a frente em direção ao Mais Alto.


27 Aqui se encontram comigo nossos irmãos Franco, Ferreira, Lima e muitos outros que nunca se cansarão de colaborar pelo engrandecimento e prosperidade de nosso querido Grêmio.

28 Estamos juntos e Jesus permanece conosco.

29 Nesta convicção de fraternidade e fé vivificante que mal poderemos temer?

30 Entrelacemos nossos braços e corações, confiantes no Mestre, em nós mesmos e avancemos, robustos na esperança, diligentes na ação e edificados no dever bem cumprido.


31 A consciência reta é o nosso templo sublime.
Aí dentro, neste templo vivo de nossa experiência no eterno caminho, aprendamos a amar-nos, sinceramente, uns aos outros e o Senhor nos abençoará para sempre.

32 E recebereis, com a tolerância e a bondade que vos caracterizam, um abraço fraternal do humilde servidor reconhecido.


Claudino Dias


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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