O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Doutrina e aplicação — Autores diversos


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O nascimento de Jesus

1 REZAM tradições do Mundo Espiritual que, anos antes da vinda de Jesus, Hilel, nascido em Babilônia, emigrou para a Palestina, a fim de aprimorar conhecimentos em torno da Tora.

2 Cercado de discípulos e famoso por haver criado um tipo de rabinismo notavelmente liberal, concomitantemente com as lições que ensinava referia-se, em reuniões íntimas, à próxima chegada do Senhor, para cumprimento das profecias. Em decorrência, aqui e ali, esfervilhavam comentários sobre os novos tempos.

3 As conversações particulares do patriarca, aliadas aos anseios do povo, suscitaram largos debates na vida palestinense, notadamente em Belém, para onde se voltavam todas as esperanças, segundo o texto de Miqueia: “e tu, Belém de Judá, não és assim tão pequena, porque de ti sairá o Guia de Israel, cujas origens se perdem nos dias da Eternidade.” ( † )

4 À vista disso, por muito tempo, antes do nascimento do Cristo, na bela cidade de David, as mais importantes famílias faziam orações e sacrifícios, a fim de receberem o Enviado.


5 Zabulon, o grande proprietário de terras, endereçava, de semana a semana, petitórios ao Céu, suplicando fosse o Mensageiro Sublime localizado entre os seus, a fim de oferecer-lhe lugar digno no carro da fortuna.


6 Gad, o negociante de sedas, implorava a Deus viesse o Orientador dos Séculos comungar-lhe o círculo da família, prometendo engajá-lo, desde cedo, entre os parentes prestigiosos, em função no Templo de Jerusalém.


7 Rubens, o criador de camelos, exorava as bênçãos do Eterno, a fim de que se lhe desse a graça de acolher o Messias no próprio lar, imaginando programas de exaltação para ele, a partir da meninice.


8 Jonas, o joalheiro dos joalheiros, prometia tesouros ao Santo dos Santos, em retribuição pelo aparecimento do Salvador em sua própria casa.


9 Ezequias, o rico fornecedor de cavalos, enviava petições incessantes ao Senhor dos Exércitos, instando para que o Excelso Emissário lhe fosse entregue no berço, de maneira a orientá-lo para a libertação política de sua gente.


10 Os mais estranhos requerimentos subiam à consideração do Todo-Misericordioso.

11 Planeava-se o futuro do Messias, de vários modos.

12 Para uns, deveria ele formar entre os maiores orientadores rabínicos de seu tempo, para outros, era certo que tomaria as rédeas do poder, a fim de restituir a Israel a independência esperada, para outros e outros ainda, assumiria a autoridade da cultura e do ouro, fazendo-se invencível comandante de legiões.

13 Acumulavam-se os projetos pessoais dos poderosos do mundo para Aquele que chegaria na condição de Interventor Celeste…


14 Dizem que o Pai Supremo estudou longamente os desencontrados apelos que lhe eram endereçados e, conquanto permitisse, confiantemente, que José e Maria sofressem pesadas humilhações na chegada a Belém, determinou que Jesus Cristo nascesse ao pé dos animais, num leito de chão, desvinculado de todos os compromissos da Terra, para que a revelação da Eterna Verdade não ficasse escravizada a ninguém.


Irmão X

(Humberto de Campos)

Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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