23|06|1937
1 Meus bons amigos!
Que Deus ilumine o seu lar e ampare os seus corações nas lutas terrestres!
2 Eis que me acho ao lado de vocês confabulando dentro da amizade profunda que nos une as almas. Se pouco tem se manifestado o meu pensamento diretamente entre vocês, semelhante fato não se observa quanto à minha presença espiritual, pois sempre que me é possível visito-os, segundo o tempo que me é concedido.
3 Vendo, minha boa Maria, as suas boas disposições maternas para os problemas educativos dos seus filhinhos, sinto-me satisfeita em verificar essas coisas. É bastante doloroso observarmos daqui antigas companheiras nossas que colocaram nos ombros a missão de ensinar não só pelo livro na escola mas também pelo coração no lar, perderem-se em atividades menos dignas, nesse terreno, incapazes de nortear a criança para o bom caminho. 4 Ultimamente, como vocês sabem, estou colaborando na grande falange espiritual que ampara os trabalhos do Asilo João Evangelista, dirigido pela nossa abnegada Aura Celeste.
5 Vocês não imaginam como trabalhamos neste outro lado da vida! Junto de alguns companheiros, ali procuramos incutir no espírito das criancinhas as noções do bem, da justiça, da tolerância e da caridade. Junto dos diretores e dos mestres, é igualmente sensível a nossa ação, auxiliando-os na grande tarefa de cooperar para a formação da mentalidade cristã, que deverá florescer nas épocas futuras.
6 É verdade que os obreiros ainda não são muitos; todavia, os que existem são assinalados pela melhor boa vontade e isso constitui o penhor seguro da nossa vitória espiritual nos tempos que se aproximam.
7 Vocês ficariam satisfeitos conhecendo as nossas organizações de trabalho e o modo singular de nossa vida. Isso, porém, é bastante difícil pela inacessibilidade do aparelho de compreensão de que vocês podem dispor. Basta, contudo, que eu lhes diga que o nosso meio não difere essencialmente da Terra, representando mais uma continuação do planeta que uma região de outro mundo.
8 Imaginem que eu não estou localizada, junto das almas benditas que me protegem e esclarecem, muito longe das lutas terrestres. Ainda não disponho das asas necessárias para voos mais altos no mundo espiritual, mas confortada com o que já possuo espero, confiada em Deus, aquele “acréscimo” que Jesus prometeu a todas as almas que esperassem n’Ele e na Sua infinita misericórdia.
9 Aqui, minha boa Maria, ainda necessitamos de alimentos e de muitas outras coisas mais que caracterizavam aí no mundo a nossa humana natureza.
10 Tenho também, como vocês, períodos de descanso entre as atividades que tenho de desenvolver, em cooperação com os nossos irmãos auxiliares dos que militam na Terra, na grande tarefa da caridade cristã. 11 Um dos fatos mais interessantes é que nunca podemos vir sozinhos ao orbe terrestre, enquanto não somos senhores de nossas emoções e para que se verifique a nossa educação nesse particular temos aqui as escolas de mensageiros.
12 Sem passarmos por esses Institutos, só poderemos vir à Terra convenientemente acompanhados e protegidos por companheiros devotados que não nos faltam no Além. 13 Eu e alguns colegas de trabalho e de estudo recebemos ordens de nossos chefes espirituais, os quais, por sua vez, frequentemente, colocam-se em contato com seus mentores das Alturas, através de processos espirituais que não lhes posso descrever literalmente. 14 Posso narrar-lhes, porém, que num dia em que demonstrei muita curiosidade de assistir a esses fenômenos, assistida por um grande amigo, pude notar que os nossos superiores recebiam alvitres do Alto, que lhes eram transmitidos em letras e sinais luminosos no éter atmosférico. 15 Fiquei bastante surpreendida com esses fatos; todavia, alguns protetores me elucidaram, salientando aos meus olhos a mesquinhez das possibilidades da visão e dos entendimentos humanos, dos quais eu regressei tão recentemente.
16 Graças a Deus, felizmente, guardo no meu íntimo a satisfação de auxiliar alguns dos meus entes queridos nas obras de caridade fraternal, guiando-os para as coisas que constituem o patrimônio dos conhecimentos que já possuo, com o auxílio divino do nosso Pai, que é Deus.
17 Você, Maria, continue como sempre interessada em conhecer essas verdadeiras maravilhas. Procure prescindir sempre da luta política e do espírito de competição em que se encontram desviadas muitas de nossas amiguinhas da época. 18 A vida verdadeira é esta para onde todas as criaturas terão de voltar um dia. 19 Faça do teu coração sempre o hostiário do lar. A missão materna é sublime demais para que eu possa tecer considerações em torno desses sagrados misteres da mulher na Terra.
20 Que Deus conceda a vocês muita saúde e paz de espírito! Estarei sempre com vocês, em todas as oportunidades.
A sua irmã e amiga de sempre,
Helena