1 Decididamente, o Espiritismo é o movimento libertador das consciências em sua gloriosa tarefa de reestruturar o mundo.
2 A princípio, a ciência experimentou.
Em seguida, a filosofia codificou-lhe os princípios.
Agora, porém, urge cristianizar-lhe os princípios.
3 Não basta desvelar o horizonte, nem doutrinar a multidão para a grande jornada. É imperioso traçar um roteiro de trabalho e cumpri-lo, para que não alcancemos a eminência do monte, desconhecendo a luz e a grandeza do serviço que nos cabe desenvolver, junto dela.
4 Eis porque, na curva descendente da civilização em que vivemos, clamamos pelo cultivo da Sementeira Divina do próprio homem, para que se lhe desate no coração a sagrada herança de amor e sabedoria.
5 A hora é naturalmente grave pelas nuvens de incompreensão que turvam os dias porvindouros.
6 Não nos cansaremos de repetir a advertência, porque o sábio da desintegração atômica ainda se acha envenenado pelo vírus da hegemonia política; 7 a inteligência que se eleva com asas metálicas à imensidão do firmamento estuda os processos mais eficazes de operar a destruição em baixo, 8 e o raciocínio que escreve páginas comovedoras nem sempre se levanta para o idealismo superior.
9 Antigamente, o laboratório poderia pesquisar sozinho, e a academia justificava a exclusividade do ministério da discussão. Hoje, contudo, meus amigos, a Doutrina Consoladora exige a aliança de todos os valores para que o cérebro e o coração permaneçam a serviço do Cristo, na obra da fraternidade e da paz.
10 Em verdade, nenhum de vós outros alegará desconhecimento, com respeito às tempestades renovadoras que se aproximam. 11 Ninguém pode prever o curso da negra torrente do ódio e da incompreensão no Planeta, em face do movimento apocalíptico que se esboça nos caminhos do mundo…
12 Em razão disso, a meditação com aproveitamento das horas, na construção dos alicerces do Terceiro Milênio, constitui imperativo fundamental do esforço moderno em todos os bastidores espiritualistas da atualidade.
13 É necessário estender mais luz em derredor da senda humana.
14 O Espiritismo descortina.
O Evangelho, contudo, orienta.
15 O Espiritismo informa.
O Evangelho, todavia, ilumina.
16 O Espiritismo entusiasma.
O Evangelho, porém, santifica.
17 O Espiritismo leciona.
O Evangelho, no entanto, define.
18 É imperioso enfrentar o problema de nossa própria luta regenerativa para que a renovação interior se processe segura e definitiva.
19 Nos primórdios da Causa, era natural que a pergunta sistematizada e o conflito verbal dominassem as fontes da revelação, mas nos tempos que correm é imprescindível que o manancial do bem dimane cristalino do centro de nós mesmos a beneficio do mundo.
20 Antes do conhecimento iluminativo, compreendia-se o impulso com que nos abeirávamos do Plano Superior, sentindo-nos famintos da graça e esperando que o Senhor no-la dispensasse, à maneira de um rei terrestre em sua carruagem de púrpura e flores, cercada de mendigos.
21 Entretanto, nos dias abençoados que vos assinalam a experiência purificadora, é indispensável preparar a acústica do ser, para que ouçamos a voz do Céu, que nos pede o coração de modo a consagrá-lo ao serviço redentor da Humanidade.
22 Assim, pois, meus amigos, indagando ou ensinando, crendo ou investigando, estudando ou discutindo, não nos esqueçamos, em Jesus, da religião do sacrifício, com a inteligência evangelizada, convertendo as nossas mãos pelo trabalho incessante, na fraternidade e na sublimação do mundo, em asas de sabedoria e de amor para a Vida Imortal.
Emmanuel