1 Tu que sofres na Terra em ânsias da beleza,
Nos anseios de luz, de artes esplendorosas,
Deixa, pois, que a tua alma, extática e formosa,
Seja forte na dor nesta ideal grandeza!
2 Abre a asa de luz e desta plaga humbrosa,
Onde se encontra o fel, a rústica aspereza,
Em demanda do Azul, em busca da pureza,
Parte sempre a sorrir, ó alma dolorosa!
3 Teu anseio de amor, teu ideal perfeito,
Que te traz sempre triste — eterno insatisfeito —
É visível, real, palpável, acessível!
4 Ele existe no Além, acima da miséria
Desse mundo de dor, de efêmera matéria,
Num clarão auroral de luz imperecível!
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