“Disse-lhe Judas: Senhor, donde vem que te hás de manifestar a nós e não ao mundo?” — (JOÃO, 14.22)
1 Um dos fatos mais surpreendentes do Cristianismo é a posição escolhida pelo Salvador, a fim de anunciar as verdades eternas.
2 Não aparece Jesus em decretos sensacionais, em troféus revolucionários ou em situações de domínio. 3 Chega em paz à manjedoura simples, exemplifica o trabalho, conversa com alguns homens obscuros de uma aldeola singela e, só com isso, prepara a transformação da Humanidade inteira.
4 Para o mundo inferior, todavia, a pergunta de Tadeu ainda é de plena atualidade.
5 As criaturas vulgares só entendem os que se impõem aos demais, ainda que, para isso, sejam compelidas a ouvir sentenças tirânicas, proferidas em tribunas sanguinolentas; 6 apenas compreendem espetáculos que ferem a visão e gestos teatrais dos que dominam por um dia para sofrerem amanhã o mesmo processo transformador imposto ao mundo transitório ao qual se dirigem.
7 Jesus, todavia, falou à alma imortal. Por esse motivo, suas revelações nunca morrem. 8 Além disso provou não ser necessária a evidência social ou econômica para o serviço de utilidade a Deus, 9 demonstrando, ainda, não ser para isso indispensável a cidade com as arregimentações e recursos faustosos. Bastarão os princípios edificantes e simples, uma aldeota sem nome e alguns poucos amigos.
10 O portador da boa vontade sabe que foi esse o material com que o Cristo iniciou a remodelação da vida terrestre.
Emmanuel