1 Querida mamãe, meu querido pai, querida Maria José e querida Nádia. n
2 Estou em oração, pedindo para nós a bênção de Deus. Não posso escrever muito, venho até aqui, com meu avô Henrique, n só para lhes pedir resignação e coragem.
3 É preciso nos lembremos de Deus, nos acontecimentos da Terra. Não sei bem falar sobre isso, estou aprendendo a viver por aqui, embora já saiba que saí daqui mesmo para nascer com meus entes queridos, na Terra.
4 Peço-lhes não recordar a minha volta para cá, criando pensamentos tristes. O José Divino e nem ninguém teve culpa em meu caso. 5 Brincávamos a respeito da possibilidade de se ferir alguém, pela imagem no espelho; e quando eu passava à frente de minha própria figura, refletida no espelho, sem que o momento fosse para qualquer movimento meu, o tiro me alcançou, sem que a culpa fosse do amigo, ou minha mesmo.
6 O resultado foi aquele. Hospitalização de emergência, para deixar o corpo longe de casa.
7 Se alguém deve pedir perdão, sou eu, porque não devia ter admitido brincar, ao invés de estudar.
8 Mas meu avô e outros amigos me socorreram e fui levado para Anápolis, para ser tratado por uma enfermeira que dirige uma escola de fé e amor ao próximo, que nos diz ser a Irmã Terezona, n amiga das crianças.
9 Soube que ela conhece meu avô e nossa família, sendo agora uma benfeitora, que preciso agradecer e mencionar.
10 Quanto ao mais, rogo à Nádia e à Maria José, minhas queridas irmãs, para não reclamarem e nem se ressentirem contra ninguém.
11 Estou vivo e com muita vontade de melhorar.
12 Queridos pais, tudo acontece para o nosso bem e creio que seria pior para mim se houvesse enveredado pelos becos dos tóxicos, dos quais muito pouca gente consegue voltar sem graves perdas do espírito.
13 Estou com saudades, mas estou encarando a situação com fé em Deus e com a certeza de um futuro melhor.
14 Recebam, querido papai e querida mamãe, com as nossas queridas Nádia e Maria José, e com todos os nossos, um abraço de muito carinho e respeito, do filho que lhes pede perdão pelos contratempos havidos.
15 Prometendo melhorar, para faze-los tão felizes quanto eu puder, sou o filho e o irmão saudoso e agradecido,
Maurício Garcez Henrique n
Da página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública, a 27 de maio de 1978, em Uberaba, transcrevamos, leitor amigo, apenas as seguintes notas elucidativas, que a acompanharam, no Anuário Espírita 1979: n
1 — Maurício Garcez Henrique — Nascido em Goiânia a 19/12/1960. Filho de José Henrique e Dejanira Garcez Henrique.
Iniciou sua vida escolar no Colégio Padre Donizete, frequentando posteriormente o SESC de Campinas, o Instituto Lúcio de Campinas, o Colégio Estadual Assis Chateaubriand e concluindo o Curso Ginasial no Colégio Castelo Branco, em dezembro de 1975.
Em 1976, quando desencarnou a 8 de maio, preparava-se para o vestibular no curso intensivo do Colégio Carlos Chagas. Sua breve e saudosa passagem terrena foi caracterizada por uma personalidade extremamente carinhosa, alegre e saudável, marcada por um espírito caridoso e de profunda compreensão da igualdade de todos.
2 — Nádia Conceição Henrique e Maria José Henrique — irmãs de Maurício.
3 — Vovô Henrique — Apolinário Henrique. Avô paterno de Maurício, já desencarnado.
4 — Terezona — Maria Tereza de Jesus. Fundou em Anápolis a Romaria de São Bom Jesus da Lapa nos idos de 1913. Segundo informações colhidas com o avô materno de Maurício, Sr. Humberto Batista, que conheceu pessoalmente Terezona, ela realmente se dedicava em auxiliar às crianças.
[5] Anuário Espírita 1979, IDE, Araras, SP, pp. 85-87.