1 Não te furtarás ao serviço de emenda e nem recusarás as constrangedoras obrigações de restaurar a realidade, mas unge o coração de brandura para corrigir abençoando e orientar construindo!…
2 A dificuldade do próximo é intimação à beneficência, no entanto, assim como é preciso condimentar de amor o pão que se dá para que ele não amargue a boca que o recebe, é indispensável também temperar de misericórdia o ensino que se ministra para que a palavra esclarecedora não perturbe o ouvido que o recolhe.
3 Na hora da caridade, não reflitas apenas naquilo que os irmãos necessitados devem fazer!…
Considera igualmente aquilo que lhes não foi possível fazer ainda!…
4 Coteja as tuas oportunidades com as deles.
5 Quantos atravessaram a infância sem a refeição de horário certo e quantos se desenvolveram, carregando moléstias ocultas!
6 Quantos suspiram em vão pela riqueza do alfabeto, desde cedo escravizados a tarefas de sacrifício e quantos outros cresceram em antros de sombra, sob as hipnoses da viciação e do crime!…
7 Quantos desejaram ser bons e foram arrastados à delinquência no instante justo em que o anseio de retidão lhes aflorava na consciência e quantos foram colhidos de chofre nos processos obsessivos que os impeliram a resvaladouros fatais!
8 Soma as tuas facilidades, revisa as bênçãos que usufruis, enumera as vantagens e os tesouros de afeto que te coroam os dias e socorre aos companheiros desfalecentes da estrada, buscando soerguê-los ao teu nível de entendimento e conforto.
9 Na hora da caridade, emudece as humanas contradições e auxilia sempre, mas sempre clareando a razão com a luz do amor fraterno, ainda mesmo quando a verdade te exija duros encargos, semelhantes às dolorosas tarefas da cirurgia.
Emmanuel