Emmanuel
1 Letras de câmbio! Alterações de câmbio!…
2 Em toda parte, vemos o problema da troca na vida monetária por base de sustentação a mercados diversos.
3 Tanto quanto possível, no entanto, pensa no câmbio da caridade!…
4 Sempre que se nos fixe a atenção no dinheiro, reflitamos nas aflições que ele pode suprimir.
5 Medita em teu saldo financeiro, ainda que mínimo, transformado no socorro ao enfermo ou na alegria de uma criança.
6 Frequentemente, a quantia que julgas modesta e sem qualquer significação, se aplicada a benefício de outrem, pode ser transubstanciada no reconforto e na bênção de muitos.
7 É inegável que inúmeros de nossos irmãos da Humanidade não compreendem ainda a missão benemérita da riqueza material, dissipando-a sem elevação nem grandeza, tanto quanto existem outros muitos que desconhecem o valor do corpo, dilapidando-lhe as energias sem entendimento ou proveito. 8 Gradativamente, porém, as criaturas observarão a importância do dinheiro, à margem das próprias necessidades, por instrumento potencial de trabalho e educação, progresso e beneficência, à espera de nossas resoluções para construir e servir.
9 Bendita seja sempre a moeda que remunera o suor do pai de família, que realiza os sonhos respeitáveis da juventude, que se faz socorro aos irmãos desfalecentes na estrada ou que se converte em escora e recuperação dos pequeninos que vagam sem apoio e sem direção!
10 Coloca-te no lugar daqueles companheiros nossos do mundo que se oneram de débitos e compromissos de solução urgente, que varam humilhação e penúria, que sofrem doença com abandono ou que se estiram nas trilhas de provação, sem ânimo e sem teto, e reconhecerás que a moeda empregada a serviço do bem pode ser comparada a um raio de luz do Céu que verte de Mais Alto, ao encontro da lágrima na Terra, a fim de transformá-la em bênção de esperança e de amor, na edificação de um mundo mais feliz.
Moeda, corpo e alma
Irmão Saulo
O que avilta o dinheiro não é a queda do câmbio. É a mesquinhez de espírito. Quando usamos a expressão vil metal, revela.mos não compreender o valor espiritual da moeda. Encontramos no Evangelho muitas passagens em que o dinheiro é considerado no seu valor celeste, mas nenhuma é mais bela do que a parábola da dracma perdida, em que o Senhor compara a moeda com a alma. Sim, porque as almas são as moedas do Tesouro de Deus. Bastaria isto para nos lembrar que as moedas da Terra — ao contrário do que sempre se afirmou — podem comprar os bens do Céu.
É verdade que ainda hoje é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus. Mas isso corre por conta do rico e não da riqueza. O dinheiro pode ser cambiado no mundo, mas pode também ser cambiado por moedas celestes. Existe a mesa de câmbio da caridade, da fraternidade, da compreensão humana, onde uma pequena moeda terrena, como no caso evangélico do óbolo da viúva, pode render mais juros no Céu do que todos os juros e correções monetárias da Terra.
Emmanuel reabilita o dinheiro em nosso precário conceito humano. Chama-nos a atenção para a finalidade maior da moeda que geralmente esquecemos. E estabelece ao mesmo tempo a ligação entre o dinheiro e o corpo, ao mostrar que, por falta de entendimento, tanto dilapidamos as energias de um quanto os valores do outro: A moeda atirada na roleta ou consumida no vício, esbanjada nos desvarios do egoísmo, é semelhante ao corpo desgastado nas loucuras da embriaguez e da sensualidade. Mas a moeda aplicada no serviço das criaturas, na Terra, é semelhante à alma que se entrega ao serviço do amor, socorrendo os que necessitam e estimulando os que trabalham.
A mesa de câmbio da caridade não se constitui apenas do serviço primário da esmola. O câmbio da caridade é mais generoso nos grandes investimentos do estímulo ao trabalho, ao estudo, à pesquisa, que abrem oportunidades ao progresso geral, beneficiando direta e indiretamente milhões de criaturas. Quando Jesus disse ao moço rico que ele devia desfazer-se dos seus bens, distribuindo-os aos pobres, não pretendeu empobrecê-lo, mas levá-lo a movimentar a sua riqueza em favor do mundo.
Bendita seja a moeda, escreve Emmanuel. Bendita quando não dorme no cofre ou no banco, azinhavrando-se na avareza. Bendita quando não é enterrada pelo servo inútil, mas multiplicada pelos servos diligentes, como na parábola dos talentos. Bendita a moeda que não fica na bolsa ou no saldo bancário, fechada na mão do avarento, mas que circula no meio social como o sangue no corpo, irrigando os vasos e produzindo as energias de que a alma necessita na Terra para subir o caminho estreito do Céu. Moeda e corpo são os instrumentos de que a alma se serve na vida terrestre para conquistar a vida celeste.
Quero falar com papai
Alguns leitores escrevem-nos pedindo para conseguirmos de Chico Xavier uma comunicação com seus parentes já falecidos. Um jovem angustiado nos pede: “Arranje-me isso, quero falar com Papai”. É preciso compreender que a comunicação com os Espíritos não é semelhante a uma ligação telefônica. Os que terminaram a sua vida na Terra têm de seguir na vida espiritual outros caminhos de experiência evolutiva e não podem ficar apegados ao passado.
Nem sempre as comunicações sã,o possíveis. E não devemos, de maneira alguma, ficar evocando nossos familiares já falecidos para cuidarem de nossos problemas aqui. Esses problemas são nossos e não deles. Cada um de nós tem as suas próprias experiências e provas a passar na Terra. E ninguém está abandonado, pois cada qual tem o seu anjo guardião e os Espíritos Superiores que velam por todos nós.
[1] Essa mensagem de Emmanuel foi publicada originalmente em 1971 pela FEB e é a 30ª lição do
livro “Rumo certo.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto do livro impresso.