Nascida nos Estados Unidos, na cidade de Detroit, Renatinha até a idade de cinco anos, vivia feliz entre as crianças americanas de seu círculo.
Por ser menina sadia e ágil, apesar da pouca idade, se integrava em várias modalidades esportivas e vibrava com essa situação.
Seu pai, um bom profissional em ferramentaria, em 1967 fora convidado pela Ford Brasil S.A. a levar os seus préstimos à matriz americana, onde permaneceu 7 anos.
Em 1974 voltam.
Instalam-se na cidade de São Caetano do Sul, em São Paulo. Nessa cidade Renata é matriculada na Escola Yolanda Ascêncio e, ao mesmo tempo, faz um curso de Inglês para aprimorar-se.
Os anos dilatavam a felicidade.
Antes de completar 11 janeiros, Renata começa a sentir dores de cabeça.
Feitos alguns exames, constata-se a presença de um tumor no cérebro, irreversível. Aflitos, seus pais enviam estes exames aos médicos americanos que cuidaram da família quando lá residiam.
Resposta: nada podia ser feito.
Renata é operada no Hospital São Caetano do Sul.
Sob a pressão dos sentimentos, Sr. José Menezes, no dia seguinte à operação da filha é infartado. Fica na UTI do mesmo hospital e no mesmo andar que sua filha.
Renata em cinco meses partia para a Pátria Espiritual.
Tudo parecia perdido, a revolta instalara-se em seus corações.
Não entendiam porque Renata, jovem menina, sadia, sofrera tanto.
Não merecia.
Em retrospecto aos momentos de dor, refletiam na postura da filha, a coragem com que enfrentou o seu problema, as visões que a acometiam, o diálogo que, por vezes, fizera com o seu Anjo Protetor Espiritual. Apesar de não entenderem o que acontecia, procuraram se inteirar.
Por informação de amigos, procuram o Centro de Ideal Espírita, encontram as respostas através da Doutrina Espírita e pelos livros de Chico Xavier.
O desejo de ir a Uberaba cresce; acreditam que o conforto chegaria pela mediunidade abençoada de Chico Xavier. Sua carta chega. E nela o conforto, o apoio, a certeza de sua presença e a preocupação com a saúde de seu pai, desperta nele novamente o interesse pela vida. Seu coração alquebrado pela dor, inspirava preocupações aos familiares.
Em 5 de março de 1983, o lar dos Oliveira é abalado com a desencarnação de Luiz Nunes de Barros, namorado de Cláudia, que ao defender seus pais de assalto à sua residência, desencarna com um tiro na cabeça. Fato citado por Renata apesar de não o ter conhecido em vida terrena.
Em agradecimento, o casal Avela de Oliveira, deixa neste espaço, o calor de seus corações às famílias em semelhante situação: a perda do ente querido.
“As famílias que ainda não receberam mensagens de seus entes queridos por este Anjo de Bondade que é Chico Xavier, não lamentem, porque Deus, em verdade, conhece todos os nossos sofrimentos e nos faz entender que a recompensa para a nossa dor, está em trabalharmos para o semelhante. Foi o que aprendemos, e muito, através da mensagem da Doutrina Espírita.”
ESCLARECIMENTOS NECESSÁRIOS DE PESSOAS OU FATOS CONSTANTES NA MENSAGEM ESPIRITUAL
RENATA AVELA DE OLIVEIRA: Nascimento: 19 de julho de 1969 — Desencarnação: 02 de novembro de 1980 — Idade: 11 anos.
PAIS: José Menezes de Oliveira e Carmem Avela de Oliveira — Rua Luiz Fiorotti, 293. São Caetano do Sul, SP.
IRMÃS: Cláudia Avela de Oliveira e Márcia Avela de Oliveira.
NAMORADO DA IRMÃ: Luiz Nunes de Barros, namorado de Cláudia, desencarnado no dia 5 de março de 1983.
Obs.: Antecipamos os nomes de pessoas ou fatos, para melhor identificação na leitura da mensagem espiritual.
1 Querida mãezinha Carmem, peço a Jesus nos proteja. Ouço os seus pensamentos chamando por mim e, pensando em meu pai, eu não posso deixá-la sem uma resposta ainda que imperfeita e ligeira.
2 Não estou ausente de casa e o seu coração adivinha quanto me esforço para ser alguém com a capacidade para auxiliá-la.
3 Mãe, perdoe a vida pelos dissabores que o tempo lhe tem trazido. O sofrimento é uma dádiva de Deus que nem sempre sabemos receber.
4 O papai nos preocupa, com razão, porque desceu a tal condição de tristeza e desalento que precisamos reunir as nossas energias para trazê-lo de novo ao interesse pela vida; pobre papai, pensou tanto em mim, com aquela situação difícil de uma doença irreversível, que me levou até mesmo a uma cirurgia do cérebro, que não conseguiu suportar a carga das preocupações de que fui involuntariamente a causadora.
5 Quero dizer ao papai José Menezes que a moléstia no corpo é tratamento da alma e que, se sofri por algum tempo, o proveito foi grande em meu benefício.
6 Veio acrescentar novos pesares à nossa querida família, a agressão de que foi vítima o nosso prezado Luiz, da nossa Cláudia, que até hoje ainda ele sofre no coração a mágoa da desencarnação nas mãos de assaltantes infelizes, na defesa dos próprios pais.
7 Não tenho estado inativa e logo que a ciência de minha vida nova me considerou capaz de entrar em serviço, estou acompanhando os seus passos e dando assistência ao papai acabrunhado pela provação que ainda não conseguiu compreender.
8 Mãezinha Carmem, o seu coração querido deseja ouvir a sua Renata a fim de se reconfortar, no entanto, venho ao seu encontro procurando energias para cumprir os meus deveres de filha e de irmã.
9 Meu pai precisa de nós, e a nossa Cláudia agora necessita de mais apoio, de modo a não cair em desfalecimento e peço-lhe dizer à querida irmã, que o nosso Luiz está muito bem na Vida Espiritual e que ele próprio reconheceu que não lhe seria possível continuar vivendo num corpo que o projétil de infelizes agressores prejudicou nas funções essenciais. 10 Se continuasse aí, estaria parafusado ao leito, sem controle e sem movimentos, quando sabemo-lo sempre disposto ao trabalho sensato e dinâmico em todos os deveres que aí na vida física lhe honorificavam a existência.
11 Mãezinha, peço-lhe perdão por trazer-lhe considerações amargas ao invés de oferecer-lhe as flores do otimismo que eu desejaria implantar em sua alma querida.
12 Peço ao papai nos auxilie a vê-lo refeito recuperando-se para viver com alegria. A verdade é que nós, os filhos, também choramos pelos pais adoráveis que Deus nos concedeu.
13 Se estivesse ao meu alcance, nunca teria sido doente, a ponto de exigir-lhes os maiores sacrifícios. 14 Não estou sofrendo porque reconheço o valor do trabalho e das lágrimas, no entanto, preciso continuar agindo com atenção e carinho, especialmente para ver meu pai restituído à satisfação de viver. Isso está dentro de mim e caminharei com ele, ofertando-lhe meus ombros para que ele se apóie e prossiga, caminhando para a própria restauração.
15 Sei que a sua dedicação faz por ele tudo isso, mas sou eu a filha que voltou ao nosso recanto familiar na Vida Maior e necessito acompanhá-la em seus cuidados de esposa e mãe.
16 Graças a Deus a nossa Cláudia tem procurado entender a série de lutas que desabou sobre nós e está trabalhando com alegria e nossa Márcia, igualmente, com mais tempo será um braço forte a nos auxiliar para isso, qual lhe acontece ao coração querido. 17 A esperança é uma luz que não me abandona, porque a esperança é a própria fé em Deus, acenando-nos a prosseguir na estrada que o Céu nos concedeu sem desânimo e sem desfalecimento.
18 Mãezinha Carmem, não me sinto triste nem aflita. Estou apenas dentro da realidade na qual o seu amor é a força que nos guarda e orienta.
19 Com Cláudia e Márcia, receba querida mamãe Carmem, muitos beijos de sua
Renata.
Renata Avela
Rubens S. Germinhasi