O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Corações renovados — Familiares diversos


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Família Cargnelutti

Em fins de dezembro de 1984, Dona Assumpta e Sr. Wilson Cargnelutti, reuniram-se com a família e desceram a serra em busca do litoral. Foram passar alguns dias em Santos, cidade praiana em São Paulo, em casa de sua propriedade.

A felicidade era grande.

O Sr. Wilson, aposentado, desfrutava com sua esposa e sua filha Elaine alguns bons momentos de sua vida em lazer, justamente reconhecido pelos anos que já trabalhara.

Reuniam-se aí 13 familiares.

Adilson não pudera seguir, pois compromissos em São Paulo o prendiam.

A alegria rompia as barreiras da tristeza. Os planos para o lazer da noite se completavam.

No dia 5 de janeiro, às 19:40 horas, o telefone em casa vizinha toca. Sr. Wilson é chamado. Sebastião, amigo presente, gentilmente se prontifica a atender a ligação. Era Jairo Alaor dos Santos, seu cunhado.

A notícia era triste.

Adilson sofrera um acidente ao dirigir-se para um cinema em sua motocicleta, juntamente com sua querida namorada Sílvia. Chocara-se com um caminhão coletor de lixo que, em marcha-à-ré, não se apercebera ganhando o centro da rua, provocando a colisão.

Adilson e Sílvia, socorridos, são encaminhados ao Hospital São Caetano. Sílvia salvara-se. Adilson partira para o Mais Além.

A procura constante das razões, os coloca frente ao casal Edith e Ubirajara Lagorga, e, por terem passado cena idêntica em suas vidas, encaminha-os para o Centro de Ideal Espírita, onde outras famílias ali reunidas procuram apoio no trabalho do Evangelho Cristão:

A angústia crescia, o desejo de ir ao Chico era uma constante, até que em 30-8-1985, a Misericórdia Divina lhes ameniza o sofrimento. Adilson envia sua carta.

O que o Sr. Wilson diz:

“Chico representava para nós pessoa muito querida. Papai, quando ainda encarnado nos falava das maravilhas de Chico Xavier.

Por ocasião da desencarnação de mamãe, papai foi em busca de uma mensagem que, infelizmente, ainda não estava no roteiro de sua vida recebê-la.

Entendo hoje a felicidade que papai teria sentido, mas, Deus é o nosso Pai. Ele sabe tudo o que nos é devido, por merecimento ou por auxílio ao nosso desequilíbrio, nos socorre no tempo devido.

Queremos que as famílias saibam o quanto foi e é abençoada a mensagem que recebemos. Só através desta bênção é que nos voltou a paz e a tranquilidade que tanto nos faltou.

Pedimos a Deus para que todas as famílias que estão passando pelo sofrimento e dor, as quais, nós e nossos familiares também passamos, tenham em Jesus e neste santo, que é Chico Xavier, os seus abençoados momentos de paz.”


ESCLARECIMENTOS NECESSÁRIOS DE PESSOAS OU FATOS CONSTANTES NA MENSAGEM ESPIRITUAL


ADILSON CARGNELUTTI: Nascimento: 18 de janeiro de 1960 — Desencarnação: 05 de janeiro de 1985 — Idade: 25 anos.

PAIS: Wilson Cargnelutti e Assumpta Maria Cargnelutti.

IRMÃ: Elaine Aparecida Cargnelutti.

NAMORADA: (Silvinha) Silvia.

AVÓ: Iracema Cargnelutti, desencarnada, paterna.

BISAVÓ: Maria Cargnelutti, desencarnada, paterna.

AVÔ: Ângelo Cargnelutti, desencarnado, paterno.

TIA: Vilma dos Santos, paterna, desencarnada.

ASSUMPTA: Senhora [desencarnada, homônima da mãe de Adilson,] que na infância cuidava do Sr. Wilson, na ausência de seus pais.

AMIGOS DA FAMÍLIA: Edith Lagorga, Ubirajara Lagorga

AMIGAS ESPIRITUAIS: Mirna Lagorga, desencarnada em 27-10-1977.

Cláudia Pinheiro Galasse, desencarnada em 09-09-1982.

Liane Helena Anéas de Paula, desencarnada 03-05-1982.

IDEAL: Instituto Divulgação Editora André Luiz.


Obs.: Antecipamos os nomes de pessoas ou fatos, para melhor identificação na leitura da mensagem espiritual.


ADILSON CARGNELUTTI


1 Querido papai Wilson e querida mamãe Assumpta, estou aqui no contentamento de abraçá-los com a nossa Elaine e com os nossos amigos.

2 Papai querido, venho pedir-lhe conformação e serenidade. Não acredite que eu esteja parado no tanque das lágrimas.

3 A princípio, as minhas dificuldades foram enormes, porque fui colhido de impacto com a Silvinha e temi pela sorte dela, em me reconhecendo estatelado no chão. 4 Não consegui verificar qualquer problema posterior ao atrito das ferragens que me estragaram a moto; porque em meu cérebro sentia-me incapaz de qualquer iniciativa para certificar-me quanto ao acontecimento.   5 Lembrei as preces que minha mãe Assumpta me ensinara na infância e, muito embora minha fé insegura, cedi ao sono que me venceu totalmente. 6 Via-me como num sonho infeliz e sofria na penumbra mental a que me recolhera sem querer. 7 Por fim, desci as escadarias simbólicas do sono profundo e perdi-me na inconsciência.

8 Papai Wilson e querida mãezinha, foi muito grande a minha surpresa quando despertei junto de duas senhoras que interpretei por enfermeiras da casa de saúde e socorro em que, decerto, me haviam internado. 9 Mais algum tempo e vim a saber toda a verdade, com o choro de um menino grande a me tomar as palavras que em vão procurava dizer.

10 A senhora que me tratava carinhosamente me solicitou com bondade chamá-la por vovó Maria Cargnelutt e a outra se declarou amiga da família a cooperar no reajuste de minhas forças, afirmando chamar-se igualmente Assumpta.

11 Os dias correram sobre os dias quando chegou o momento em que vi a querida vovó Iracema diante de mim. Uma alegria inexplicável me nasceu do íntimo e transferi-me da tristeza para a esperança, papai Wilson, acredito que o seu carinho possa imaginar a emoção renovadora que me dominou por inteiro, diante da vó Iracema que me falava da Bondade de Deus, afirmando-me que o senhor e minha mãe ficariam reconfortados com a minha aceitação, sem ressentimento, de quanto me acontecera. 12 Admiti que ela assim se expressava ao ler os meus pensamentos de vinagre e fogo contra o motorista que me cortara os sonhos e aspirações.

13 Minhas ideias se renovaram e aqui estou, diante de sua bondade e da bondade da mamãe, com a alegria de lhes comunicar que com o tempo me vi unido a outros familiares queridos e aqui estão comigo a vó Iracema, a tia Vilma e o vovô Angelim para lhes dizer tão alto quanto se possa pedir som e altura às letras silenciosas, que a vida não termina na perda do corpo físico e que a todos nos cabe confiar em Deus que não nos criaria a fim de separar-nos para sempre.

14 Nossa família está aqui numa linda parcela de fé em nosso futuro e rogo-lhes confiança e alegria.

15 Pai, o senhor e minha mãe estão acompanhados pelos amigos Bira e D. Edith e por outros companheiros novos da Instituição do Ideal, na qual todos temos encontrado tanto auxílio…

16 Pois seu filho também aqui se vê rodeado de nobres amizades, a começar pela nossa Mirna que igualmente veio para cá num lance doloroso de provação violenta, seguida de irmãs e irmãos que para mim passaram a fazer parte do meu grupo de familiares espirituais. 17 Cláudia e Lika são irmãs do Ideal que me estendem abençoada afeição e tenho a alegria de saber que a nossa Silvia foi poupada às inquietações do desligamento compulsório do corpo físico. Que ela e nossa Elaine sejam muito felizes são os meus votos.

18 Tenho o meu coração repleto de sentimentos novos que me fornecem ampla visão da vida e uma compreensão mais adiantada acerca de meus próprios deveres.

19 Papai Wilson, não chore mais com tanta angústia. Lembre-se de que o seu Adilson ainda é o filho necessitado de sua coragem e de sua resistência nas ocorrências menos felizes do caminho.

20 Estou transformado. Chego a me sensibilizar ante as preocupações do motorista que nos feriu certamente sem querer e espero que os pais queridos, com a nossa Elaine e com a nossa Silvia me compreendam.

21 Papai Wilson, um dia virá em que nos reencontraremos numa vida diferente na qual estaremos juntos sem adeus. Ambos fitaremos os novos céus que se nos desdobrarão à vista e trabalharemos unidos para ser úteis aos nossos entes amados. 22 Continuemos na segurança da fé em Deus, e guardemos a nossa tranquilidade, convencidos de que a morte é um pesadelo que não nos impede de acordar ao clarão da imortalidade.

23 Agora, não posso continuar, porque a saudade que lhes banha a face com lágrimas constantes igualmente me atinge e a emoção me constringe a capacidade de prosseguir escrevendo…

24 Mãezinha Assumpta e querido papai Wilson, agradeçam aos amigos que os acompanham por mim e recebam muitos beijos do filho que, nesta hora, volta a ser criança para lhes entregar o coração.

25 Muito amor e muitas saudades do filho reconhecido de sempre.


Adilson Cargnelutti


Rubens S. Germinhasi


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