1 Por que a desencarnação de crianças, vidas taladas em flor?
2 Muitos problemas observados exclusivamente do “lado físico”, assemelham-se a enigmas de solução impraticável; entretanto, examinados do ponto de vista da imortalidade e do burilamento progressivo da alma, reconhecer-se-á que o Espírito em evolução pode solicitar conscientemente certas experiências ou ser induzido a elas em benefício próprio.
3 Nas realizações terrestres, é comum a vinculação temporária de alguém a determinado serviço por tempo previamente considerado.
4 Há quem renasça em limitado campo de ação para trabalho uniforme em decênios de presença pessoal e há quem se transfira dessa ou daquela tarefa para outra, no curso da existência, despendendo, para isso, de quotas marcadas de tempo. 5 Encontramos amigos que efetuam longos cursos de formação profissional em lugares distantes do recanto em que nasceram e outros que se afastam, a prazo curto, da paisagem que lhes é própria, buscando as especializações de que se observam necessitados. 6 E depois dos empreendimentos concluídos, através de viagens que variam de tipo, segundo as escolhas que façam, ei-los de regresso aos locais de trabalho em cuja estruturação se situam.
7 Esta é a imagem a que recorremos para que a desencarnação de crianças seja compreendida, no Plano Físico, em termos de imortalidade e reencarnação.
8 Marcos é o companheiro em readaptação na Vida Maior, após haver deixado o corpo de menino num acidente de trânsito.
9 Ainda a sentir-se criança, no degrau evolutivo em que se acha, escreve aos pais, de modo comovedor, trazendo notícias dele mesmo e dos irmãos que se lhe associaram à prova.
10 A palavra simples e eloquente do garoto amigo, a identificar-se, quanto possível, para reconforto dos entes queridos, aqui se encontra, demonstrando que, além da morte do corpo, o Espírito prossegue atendendo aos condicionamentos indispensáveis à conquista da evolução que não dá saltos.
11 Marcos menino — continuará Marcos menino —, por algum tempo, na Espiritualidade, qual acontece ao Espírito, mesmo quando procede de Altos Cimos da Vida Superior, ao retornar à Terra, para certos fins, sempre compelido a passar pela estação da infância.
12 Mas, muito acima de nossas modestas argumentações, o que vale neste livro é o consolo iluminado de esperança que ressuma destas páginas, não somente para os genitores do comunicante, mas também para aqueles outros pais e mães do mundo que perderam filhos amados no alvorecer da existência.
13 Marcos, o suave mensageiro, deixa claro que a vida prossegue no Mais Além; 14 que novas áreas de assistência se descerram depois da experiência física, em auxílio dos pequeninos carecentes de instrução e ternura; 15 que os laços afetivos não desaparecem 16 e que Deus concede filhos aos pais humanos, não a fim de separá-los para sempre, e sim para que, na vida ou além da morte, haja entre eles a bênção da união eterna com a luz perene do amor.
Emmanuel
Uberaba, 3 de outubro de 1976.