Nunca é demais falarmos e reafirmarmos publicamente o alcance da obra mediúnica de Chico Xavier. Com o querido companheiro, servindo de instrumento fiel da Espiritualidade Superior, a codificação espírita tornou-se mais sólida, os ensinos de Jesus mais divulgados e compreendidos. Todos os fatos provam a autenticidade do trabalho mediúnico de Chico Xavier. As bênçãos de luz que abundam de suas mãos, de sua fala, de seu viver.
Para relembrarmos mais uma vez o “Pinga Fogo” e, ao mesmo tempo, ilustrarmos o assunto em questão, transcreveremos uma das perguntas feitas ao médium sobre o caso Augusto dos Anjos, pelo Sr. João Scantimburgo.
“Chico Xavier, embora o senhor possa considerar elucidada a questão que vou propor, ao responder ao entrevistador Herculano Pires, faço a pergunta: o que o senhor tem escrito de Augusto dos Anjos, por exemplo, não seria apenas reminiscência da leitura?”
Chico Xavier — Em 1931, quando eu ia fazer 21 anos, o Espírito de Augusto dos Anjos sentia muita dificuldade em escrever por meu intermédio. Nesse tempo, eu trabalhava num armazém e esse armazém me dava também serviços para cuidar de uma horta muito grande, com plantações de alho, porque o alho na região em que eu nasci era um fator econômico de muita importância. Então, depois das 6 horas da tarde, para mim era um prazer regar os canteiros de alho e os espíritos começavam a conversar comigo. Eu sentia muito prazer naquelas horas, porque me isolava de todo o serviço do armazém para ficar completamente à disposição dos Espíritos amigos. Então, ele começou a ditar uma poesia, que está no “Parnaso de Além Túmulo”, o primeiro livro de minha mediunidade. A poesia chama-se “Vozes de uma Sombra”. Ele começou a falar, com aquelas palavras maravilhosas, muito técnicas. Eu, com o regador na mão, custava a compreender. E ele falava e falava que gostava de escrever no campo, e que aquela era uma hora em que ele queria ditar, para que eu ouvisse e pudesse compreender à hora de escrever, porque muitas vezes escrevo também como médium ouvinte. Eu sentia aquela dificuldade e ele falou assim comigo: “Olhe, você quer saber de uma coisa? Vou escrever o que puder, pois a sua cabeça não aguenta mesmo!” E a poesia está no livro só com o que ele pode, mas era muito, muito mais, era uma beleza! Ela falava de fótons, cores, de mundos, galáxias. Quem era eu para entender aquilo, eu que estava regando canteiros de alho?
Chico Xavier
(Fonte: “Chico Xavier no Pinga Fogo”, Editora Edicel)