1 Chamo-me Caridade — o simples nome
De um coração amigo em senda escura,
A esmolar-te migalha de ternura
Para aqueles que a lágrima consome!
2 Vê como a sombra aspérrima enclausura
A tristeza, a nudez, a mágoa e a fome!
Sem alívio de bálsamo que o tome,
Corre o pranto mortal da desventura.
3 Venho por Ele, o Cristo, que te espera,
Rogar-te amparo e amor à alma sincera,
Mesmo se o fel te amargure o peito aflito!
4 Semeia paz e luz por onde fores,
E encontrarás, ao fim das próprias dores,
O roteiro de sóis para o Infinito!…
Auta de Souza
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