O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Chico Xavier — Mandato de amor — Autores diversos — 2ª Parte


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Os mortos verdadeiros  n

(Mortos)

1 Vós que guardais dos mortos a lembrança,

Sois também, nos espaços, recordados,

Nos eternos caminhos aureolados

Pelos clarões da Bem-aventurança!


2 No país da Verdade e da Bonança,

Nós ouvimos as súplicas e os brados

De pobres corações despedaçados,

No cadinho da mágua ou da esperança.


3 Das vibrações ignotas das esferas

Nós que fomos os homens de outras eras,

Queremos mitigar a vossa dor!…


4 Sois os mortos nos círculos da Vida,

Nos sepulcros de carne apodrecida,

Desejosos de paz, de luz e amor!…


João de Deus


Este soneto, assinado por João de Deus, foi psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier, na União Espírita Mineira, após os estudos habituais.

João de Deus, no último verso, não tinha escrito o que se lê acima, e sim o que segue: “Mergulhados num sonho enganador!…”

A uma consideração de Emmanuel, que se achava presente, João de Deus riscou o verso que escrevera, substituindo-o por aquele que se lê no soneto. Por um ligeiro confronto, poderemos verificar a radical transformação no sentido, embora tenha havido uma diminuição no valor poético do soneto.

É que precisamos sacrificar a poesia à frieza da razão, como Kardec, e neste sentido, ponderou Emmanuel: “Vê que estás escrevendo para uma assembleia de espíritas! Eles não estão mergulhados em sonhos enganadores!”

Por este precioso detalhe que nos foi fornecido pelo próprio Cândido Xavier, podemos avaliar, caros confrades, quanta solicitude nos rodeia, e quanta preocupação doutrinária vive à nossa volta, tudo a colaborar conosco para a mais fácil vitória Sobre a nossa própria ignorância.

Mas ainda! Quanto conforto em saber que já não somos mais os mortos verdadeiros, “mergulhados num sonho enganador”, mas os semi-vivos, desejosos de paz, de luz e de amor.



(Fonte: “O Espírita Mineiro”, número 13, junho de 1937.)


[1] O título entre parênteses é o mesmo da mensagem original publicada em 1938 pelo LAKE e encontra-se no 53º capítulo do livro “Lira imortal.


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