1. — ALMIR — Chico, a jornalista Vilma, da revista Intervalo, presente ao auditório, está muito preocupada com as mortes coletivas. Ela quer saber, dentro da doutrina espírita como se explicam, as mortes, assim aos milhares, em guerras, enchentes, em toda espécie de catástrofe. Justamente esta última aí, da Índia, da guerra com o Paquistão.
CHICO XAVIER — São essas provações coletivas, que coletivamente adquirimos do ponto de vista de débitos cármicos. As vezes empreendemos determinados movimentos destrutivos, em desfavor da comunidade ou do indivíduo, às vezes operamos em grupo, às vezes, em vastíssimos grupos, e, no tempo devido, os princípios cármicos amadurecem, e nós resgatamos as nossas dívidas, reunindo-nos uns com os outros, quando estamos acumpliciados nas mesmas culpas, porque a lei de Deus é a lei de Deus, é formada de justiça e de misericórdia.
2. — ALMIR — Muito bem. Dona Olga, Chico, pergunta: o Plano espiritual admite a cremação de corpos?
CHICO XAVIER — Emmanuel, no
livro “O Consolador”, ele afirma que a cremação é um processo legítimo, de liberação do Espírito desencarnado, apenas aconselhando que o tempo de expectativa deve ser mais longo nos climas tropicais e subtropicais, nada menos de 72 horas de câmara fria para o nosso veículo carnal, quando nos desvencilhamos dele, no caso de optarmos pela cremação. ( † )
3. — ALMIR — Esta pergunta, até eu estou interessado na resposta. Ela vem de Uberlândia, e quem a traz é a doutora Ruth de Assis, professora de Direito Internacional Público, da Faculdade de Direito da Universidade daquela cidade, Uberlândia, e a faz por intermédio da TV Triângulo Mineiro, Canal 8, que está em rede com o Canal 4, apresentando este programa. Pergunta ela: o homem teme a morte, porque julga o fim de tudo, mas para o Espiritismo, a morte é o renascimento. Como devemos agir para conseguirmos uma morte suave e tranquila? É difícil, não é, Chico?
CHICO XAVIER — O Espiritismo não oferece a solução do problema como novidade, porque o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo é um hino à imortalidade da alma, e ele próprio nos deu o quadro inesquecível da sua própria ressurreição. A morte suave do ponto de vista de continuidade de paz, para além desta vida, se deve à consciência tranquila. Cumpramos os nossos deveres, compreendendo que a nossa responsabilidade tem o tamanho do nosso conhecimento. Cumpramos as nossas obrigações, e a morte será sempre uma passagem para uma vida melhor, mas se adquirirmos complexos de culpa, nós estamos criando cadeias, que nos aprisionam a processos de vida inferior, e vamos emitir de nós mesmos, irradiações perturbadoras, susceptíveis de criar muita luta, muito conflito, naqueles de quem nos aproximamos, porque criamos estes conflitos em nós mesmos.
ALMIR — Muito bem. Chico, Saulo está atrás de mim, e vai registrar a pergunta de uma pessoa que desfruta de grande influência nos setores artísticos do País.