“Porque vos digo que se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no Reino dos Céus.” — JESUS (Mateus, 5.20)
1 A fim de atender à recomendação de Jesus — “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, ( † ) — não te colocarás tão somente no lugar do irmão necessitado de socorro material para que lhe compreendas a indigência com segurança; situar-te-ás também na posição daquele que te ofende para que lhe percebas a penúria da alma, de modo a que lhe estendas o concurso possível.
2 Habitualmente aquele que te fere pode estar nos mais diversos graus de dificuldade e perturbação.
3 Talvez esteja:
no clima de enganos lastimáveis dos quais se retirará, mais tarde, em penosas condições de arrependimento;
4 sofrendo a pressão de constrangedores processos obsessivos;
5 carregando moléstias ocultas;
6 evidenciando propósitos infelizes sob a hipnose da ambição desregrada, de que se afastará, um dia, sob os desencantos da culpa;
7 agindo com a irresponsabilidade decorrente da ignorância;
8 satisfazendo a compulsões da loucura ou procedendo sem autocrítica, em aflitivo momento de provação.
9 Por isso mesmo, exortou-nos Jesus a amar os inimigos e a orar pelos que nos perseguem e caluniam. Isso porque somos inconsequentes toda vez que passamos recibo a insultos e provocações com os quais nada temos que ver.
10 Se temos o espírito pacificado no dever cumprido, a que título deixar a estrada real do bem, a fim de ouvir as sugestões das trevas nos despenhadeiros do mal? Além disso, se estamos em paz, à frente de irmãos nossos, envolvidos em sombra ou desespero, não seria justo nem humano agravar-lhes o desequilíbrio com reações impensadas, quando os sãos, perante Jesus, são chamados a socorrer os doentes, com a sincera disposição de compreender e servir, aliviar e auxiliar.
Emmanuel