“Bem-aventurados os que choram… — JESUS (Mateus, 5.5) n
1 “Bem-aventurados os que choram”, — disse-nos o Senhor, — contudo, é importante lembrar que, se existe aflição gerando tranquilidade, há muita tranquilidade gerando aflição.
2 No limiar do berço pede a alma dificuldades e chagas, amargores e cicatrizes, entretanto, recapitulando de novo as próprias experiências no Plano físico, torna à concha obscura do egoísmo e da vaidade, enquistando-se na mentira e na delinquência.
3 Aprendiz recusando a lição ou doente abominando o remédio, em quase todas as circunstâncias, o homem persegue a fuga que lhe adiará indefinidamente as realizações planejadas.
4 É por isso que na escola da luta vulgar vemos tantas criaturas em trincheiras de ouro, cavando abismos de insânia e flagelação, nos quais se despenham, além do campo material, e tantas inteligências primorosas engodadas na auréola fugaz do poder humano, erguendo para si próprias masmorras de pranto e envilecimento, que as esperam, inflexíveis, transposto o limite traçado na morte.
5 E é ainda por essa razão que vemos tantos lares, fugindo à bênção do trabalho e do sacrifício, à feição de oásis sedutores de imaginária alegria para se converterem amanhã em cubículos de desespero e desilusão, aprisionando os descuidados companheiros que os povoam em teias de loucura e desequilíbrio, na Vida Espiritual.
6 Valoriza a aflição de hoje, aprendendo com ela a crescer para o bem, que nos burila para a união com Deus, porque o Mestre que te propões a escutar e seguir, ao invés de facilidades no imediatismo da Terra, preferiu, para ensinar-nos a verdadeira ascensão, a humildade da Manjedoura, o imposto constante do serviço aos necessitados, a incompreensão dos contemporâneos, a indiferença dos corações mais queridos e o supremo testemunho do amor em plena cruz da morte.
Emmanuel
[1] No original: (Mateus, 5.4)