1 Os Espíritos benfeitores já não sabiam como atender à pobre senhora obsidiada.
2 Perseguidor e perseguida estavam mentalmente associados à maneira de polpa e casca no fruto.
4 Os amigos desencarnados tentaram afastar o obsessor, induzindo a jovem senhora a esquecê-lo, mas debalde.
5 Se tropeçava na rua, a moça pensava nele…
6 Se alfinetava um dedo em serviço, atribuía-lhe o golpe…
7 Se o marido estivesse irritado, dizia-se vítima do verdugo invisível…
8 Se a cabeça doía, acusava-o…
9 Se uma xícara se espatifasse, no trabalho doméstico, imaginava-se atacada por ele…
10 Se aparecesse leve dificuldade econômica, transformava a prece em crítica ao desencarnado infeliz…
11 Reconhecendo que a interessada não encontrava libertação por teimosia, os instrutores espirituais, ligaram os dois — a doente e o acompanhante invisível — em laços fluídicos mais profundos, até que ele renasceu dela mesma, por filho necessitado de carinho e de compaixão.
12 Os benfeitores descansaram.
13 O obsessor descansou.
14 A obsidiada descansou.
15 O esposo dela descansou.
16 Transformar obsessores em filhos, com a bênção da Providência Divina, para que haja paz nos corações e equilíbrio nos lares, muita vez, é a única solução.
Hilário Silva
(Anuário Espírita 1966)