1 Nas curtas viagens do dia a dia, todos nós encontramos o próximo, para cuja dificuldade somos o próximo mais próximo.
2 Imaginemo-nos, assim, numa excursão de cem passos que nos transporte do lar à rua. Não longe passa um homem que não conseguimos, de imediato, reconhecer.
“Quem será?” — Perguntamos em pensamento.
3 E a Lei de Amor no-lo aponta como alguém que precisa de algo:
4 se vive em penúria, espera socorro;
5 se abastado, solicita assistência moral, de maneira a empregar, com justiça, as sobras de que dispõe;
6 se aflito, pede consolo;
7 se alegre, reclama apreço fraterno, para manter-se ajustado à ponderação;
8 se é companheiro, aguarda concurso amigo;
9 se é adversário, exige respeito;
10 se benfeitor, requer cooperação;
11 se malfeitor, demanda piedade;
12 se doente, requisita remédio;
13 se é dono de razoável saúde, precisa de apoio a fim de que a preserve;
14 se ignorante, roga amparo educativo;
15 se culto, reivindica estímulo ao trabalho, para desentranhar, a benefício dos semelhantes, os tesouros que acumula na inteligência;
16 se é bom, não prescinde de auxílio para fazer-se melhor;
17 se é menos bom, espera compaixão, que o integre na dignidade da vida.
18 Ante o ensino de Jesus pelo samaritano da caridade, ( † ) poderemos facilmente entender que os outros necessitam de nós, tanto quanto necessitamos dos outros. E, para atender às nossas obrigações, no socorro mútuo, comecemos, à frente de qualquer um, pelo exercício espontâneo da compreensão e da simpatia.
Emmanuel