Conversávamos sobre familiares enfermos. Alguns amigos falavam de parentes custeados por outros em casas assistenciais de repouso e de saúde, por serem pessoas que a maturidade extrema na vida física tornara menos aptas ao otimismo e à alegria.
Fixávamos o assunto nesses casos, não de doentes propriamente considerados, mas de familiares de convivência menos fácil que são afastados do recinto doméstico em regime de pensões pagas, quando a nossa reunião foi iniciada. O Evangelho Segundo o Espiritismo ( † ) nos deu para estudo o item 8 do capítulo XIV. Depois dos comentários, o nosso caro Emmanuel nos trouxe a página “Parentes Enfermos”.
PARENTES ENFERMOS
1 Como tratarei os parentes enfermos? Pergunta muitas vezes repetida e analisada.
De nossa parte, responderemos aos amigos que no-la endereçam, segundo o critério da imortalidade.
Ainda mais.
2 Esclareceremos que irmãos enfermos não são unicamente aqueles que a radiografia revela ou que a experiência médica registra.
3 Além das moléstias que se manifestam no corpo físico, temos ainda aquelas outras que se entranham na alma, por enquanto arredadas da patologia comum.
4 Se consegues, assim, perceber os sofrimentos daqueles que se te vinculam à existência, conserva-os contigo, tanto quanto puderes.
5 Quanto mais pesem no orçamento de tempo e possibilidades a que te prendas, mais necessitados se mostram de proteção e segurança.
6 Em muitas ocasiões, talvez possas situá-los em recintos pagos, com o beneplácito da tua bolsa. Entretanto, embora te reverenciemos os impulsos de generosidade, não vacilamos em reformular o apelo à tua misericórdia para que os mantenhas no calor da própria ternura.
7 São eles filhos imobilizados no leito, a te pedirem socorro; 8 ascendentes que se fizeram valetudinários e te rogam assistência, enquanto aguardam a cirurgia da morte; 9 companheiros encarcerados em moléstias difíceis ou irmãos outros em transes graves da vida orgânica.
10 Além deles encontramos ainda os doentes mentais, supostamente sadios, aqueles que passaram a evidenciar comportamento infeliz; 11 os caídos em experiências amargas no campo afetivo; 12 os desmemoriados diante das obrigações que assumiram 13 e os que carregam obsessões ocultas que lhes desfiguram a imagem.
14 Diante dos parentes enfermos, se te reconheces com saúde e equilíbrio, a fim de observá-los, compadece-te deles e guarda-os no clima da própria presença, quanto isso se faça possível.
15 Todos eles são a continuidade de nossos débitos ou prolongamentos de nossa própria ternura.
16 Recordemos que a morte é somente mudança, que nos reencontraremos todos, agora ou no futuro, e doemos àqueles corações que nos cercam todo o amor que esperam de nós ou que nos solicitam, a fim de se complementarem na evolução a realizar ou no trabalho a fazer.
17 Abençoa hoje os que amanhã te abençoarão.
Emmanuel