Problema inquietante surgiu nas poucas horas em que tivemos contato com amigos de várias procedências em visita a Uberaba. Nada menos de dez pessoas afinavam-se com tendências ao suicídio. Esses irmãos, homens e mulheres de cidades e regiões muito diferentes, procuravam apoio na Doutrina Espírita para evitar as ideias de autodestruição. Não houve tempo para diálogos mais longos. Mas logo que iniciamos a reunião, O Livro dos Espíritos ( † ) nos trouxe a estudo a questão 950.
As explanações dos companheiros foram as mais felizes, demonstrando o desequilíbrio e o infortúnio que acompanham a desencarnação voluntária. E ao término das tarefas o nosso benfeitor espiritual, Emmanuel, tratando do assunto, assinou a página “Quase Suicida”.
QUASE SUICIDA
1 Quase suicida.
Sentimos-te o passo, à beira do precipício. Caindo quase.
Entretanto, estamos aqui buscando-te o coração para o reequilíbrio.
2 Ninguém te pode medir a dor, mas urge reconhecer que por mais que soframos, há sempre alguém na travessia de obstáculos maiores.
3 Abandona a ideia que te induz à própria destruição e medita.
4 Ainda há sol bastante para ser esperado amanhã, tanto quanto surgiu hoje.
5 Nem todas as estradas se fecham de vez no trânsito da vida.
6 E por mais anseies pelo fim, a morte é ilusão.
7 No trabalho e no repouso, na luz e na sombra, dentro do dia ou da noite, achamo-nos naquilo mesmo que fizemos de nós.
8 Não alargues, por isso, as feridas mentais que porventura carregues, acumulando cargas inúteis de aflição, porque além da cela corpórea de que pretendes afastar-te, reconhecer-te-ias simplesmente com tudo aquilo que fizeres de ti.
9 Recorda: a sabedoria da vida que regenera a erva mutilada tem remédio igualmente para qualquer de nossas dores.
10 Ergue-te do vale conturbado das próprias emoções e larga para trás o nevoeiro da negação e da dúvida.
11 Segue adiante. O trabalho salvador te espera o pensamento e as mãos.
12 Escuta. O gemido de um enfermo relegado ao desamparo ou o choro de uma criança sozinha te apontam aqueles que te aguardam a presença amiga como sendo a de um anjo com o divino poder de auxiliar.
13 Avança mais um tanto. A natureza materna conversará contigo pelo inarticulado da observação no silêncio. 14 As árvores te falarão do prazer de ofertar os próprios frutos e a semente a renascer do claustro da terra te dirá que não há morte.
15 E quando a noite se te descobre, ante a jornada, os astros refletidos em teu olhar proclamarão por dentro de ti mesmo que força alguma te poderá despojar da condição luminosa de criatura de Deus.
Emmanuel