1 Tu que hoje recebes o consolo e a orientação do ensino redivivo do Senhor, em espírito e verdade, lembra-te amorosamente dos companheiros que retornaram, antes de ti, à Pátria Espiritual, muitos deles presentemente em amargurosos conflitos consigo mesmos.
2 Legiões de irmãos desencarnados somente conseguem renovar o próprio destino, pejado de sombra, com as vibrações mentais de carinho e de apoio que lhes são endereçadas pelos corações que lhes iluminam a memória na esfera dos homens.
3 O teu próximo igualmente vive do lado de cá…
4 O parente e o amigo que já partiram não despareceram…
5 Encasulado que ainda te encontras na carne, não sigas indiferente à vida diversa em que te aguardam, necessitados de simpatia.
6 Quantos deles te ensinaram! Quantos te serviram!…
7 Muitas das tuas brilhantes conquistas de agora foram levantadas na base das vigílias, das aflições, do suor e das lágrimas que sofreram…
8 Agradece-lhes a solicitude e o devotamento.
9 Sê reconhecido à boa vontade daqueles que te instruíram.
10 Falta eventual de notícias não exprime constante ausência.
11 Entre os que ficam na Terra
e os que demandam o Além, as relações pessoais continuam. 12
Todas as almas afins já viveram milênios em comunhão afetiva e prosseguirão
vivendo reunidas na Eternidade, que, aliás, nos expressa o caminho para
a ascensão comum.
13 Reencontrarás, proximamente,
todos os que se foram…
14 Não lhes removas a
presença do templo íntimo.
15 Não só as ondas emocionais
de recriminação ou sarcasmo lhes torturam a vida, mas também, o esquecimento
e a frieza lhes martirizam as fibras da alma.
16 Através da lembrança,
envia-lhes motivações de estímulo e coragem que se lhes soergam as forças!…
17 Tua mensagem mental
de ternura e gratidão ser-lhes-á abençoada luz no nevoeiro, porta aberta
à libertação, vigorosa energia ao refazimento.
18 Reconfortam-se em tuas
meditações.
19 Socorrem-se no culto
de amor que lhes consagras.
20 Aliviam-se em tuas
preces.
21 Mentaliza construtivamente
todos aqueles que relacionas como sendo os teus queridos finados, os
teus entes inesquecíveis, os mortos imaginários que te encharcam a alma
de fel e pranto, fazendo que a tua saudade possa render bons pensamentos,
em favor deles, por intermédio das boas obras.
22 Se hoje não lhes consegues
ver a forma nem auscultar-lhes as dores íntimas, tanto quanto ontem,
podes amparar e atender aos desventurados que te renteiam os passos
na existência diária, por eles considerados qual nova família do coração.
23 Faze da caridade incansável
o ponto marcado de reencontro ideal, cada dia, com todos eles.
24 E interroga a ti mesmo:
— De quantos não sou cúmplice dos enganos e das quedas que neste momento
os fazem chorar?
Scheilla
[1]
Essa mensagem foi publicada no jornal NOTÍCIAS POPULARES (sem data,
década de 1970/80) na seção “MENSAGEM DO DIA — de Chico Xavier”. O caderno
com os recortes jornalísticos encontra-se sob a custódia do Dr. Eurípedes
Higino, filho adotivo do Chico.