1 Quem procura no silêncio
A inspiração e a beleza,
Penetra o templo invisível
Das forças da Natureza.
2 Jamais sentiste o cansaço
No excesso de burburinho?
O silêncio é o companheiro
Que conhece o bom caminho.
3 Em seu campo generoso,
Há tréguas ao pensamento,
Recebe-se luz sublime
De verdade e entendimento.
4 O homem que se mergulha
Nas vozes do turbilhão,
Condena-se, muita vez,
Aos cárceres da aflição.
5 É preciso, quase sempre,
Procurar na soledade
A solução dos problemas
À luz da serenidade.
6 Se possível, vai ao plano
Das árvores carinhosas,
Onde as cousas falam sempre
Em notas harmoniosas.
7 Mas se não podes fugir
Às zonas de inquietação,
Procura o silêncio amigo
Na paz da meditação.
8 Todos temos em nós mesmos
Os vales da experiência
E as montanhas solitárias
Nos cimos da consciência.
9 Não te dês todo aos rumores
Das lutas de cada hora;
Que a palavra seja em tudo
Tua serva e não senhora.
10 Quando achares no silêncio
Os segredos da energia,
Terás penetrado a esfera
De paz e sabedoria.
Casimiro Cunha
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