1 Em todas as latitudes
Da Terra que aperfeiçoa,
É sempre meiga e benvinda
A lã carinhosa e boa.
2 Conserva a saúde e a vida,
Nos invernos, nos trabalhos,
É mãe delicada e nobre
Dos mais puros agasalhos.
3 Faz frio? Desceu a noite
Em borrascas escarninhas?
A lã protetora e santa
Vai vestir as criancinhas.
4 Há velhice amargurada
Movendo-se quase morta?
A divina benfeitora
Vem de leve e reconforta.
5 Enfermos entristecidos
Atados a grandes dores?
Recolhe-os bondosamente
Em ninhos de cobertores.
6 Presta aos homens neste mundo
Auxílio amoroso e forte,
Desde o berço da chegada,
Ao leito de dor na morte.
7 Heroína afetuosa
De serviço e de bondade,
Preserva no mundo inteiro
O corpo da Humanidade.
8 Quem a veste, conservando-a,
Encontra incessantemente
A couraça que resiste
Ao frio mais inclemente.
9 Lembremos, vendo-a servir
Sem recompensa e sem palmas,
O Cordeiro que dá lã
Necessária a nossas almas.
10 Não te doa nos caminhos
O inverno de angústia e pranto:
Vistamos os sentimentos
Em lã do Cordeiro Santo.
Casimiro Cunha
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