1 Se a chuva pode tardar,
Há sempre a bênção do orvalho,
Sustentando a Natureza
No campo do seu trabalho.
2 Ao termo de cada noite,
Nas auroras coloridas,
Podemos felicitá-lo
Nas ervas agradecidas.
3 A planta nunca descrê;
Espera, trabalha e dá.
Na luta jamais se esquece
Que o Pai não a esquecerá.
4 Se o ano é de chuva escassa
Para o bem das produções,
Muitas vezes basta o orvalho
Na força das estações.
5 Ao seu beijo a terra espera,
A folha volta ao verdor,
A flor ostenta-se em festa,
O dia é renovador.
6 Nas forças da Natureza,
O orvalho é como o sorriso
Que desce diariamente
Das bênçãos do paraíso.
7 Seu hálito carinhoso
Ameniza a atmosfera;
No verão mais sufocante
É filho da primavera.
8 É sempre um fraterno amigo,
Um símbolo de defesa,
Do bem entre as forças várias
Que oprimem a Natureza.
9 A nós outros, ele ensina,
No efeito de sua ação,
Quanto pode conseguir
A boa disposição.
10 Sorrisos, calma, bondade,
Prudência, paz, bom humor,
São em tudo o brando orvalho
Da altura do nosso amor.
Casimiro Cunha
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