1 Quando o ar é sufocante,
Quando a sombra tudo invade,
Eis que chegam de repente
Os carros da tempestade.
2 Trovões, coriscos, estalos,
Granizos, treva, aspereza;
São convulsões dolorosas
Das forças da Natureza.
3 Velhas copas opulentas,
Antigas frondes em festa,
Tombam gritando assustadas
Na escuridão da floresta.
4 Os furacões implacáveis
Matam flores, levam ninhos;
A corrente do aguaceiro
Muda a face dos caminhos.
5 Mas no dia que sucede
As sombras da convulsão,
A terra é limpa e tranquila
Na paz da vegetação.
6 O céu é claro-azulado,
O dia é de linda cor,
Tudo chama novamente
A nova expressão de amor.
7 Quem não teve em sua vida
A tempestade também?
Depois de tudo arrasado,
Floresceu, de novo, o bem.
8 Aflições e desencanto,
Renovação de ideais,
Desilusões dolorosas,
Desabamentos fatais.
9 Deus, porém, jamais esquece
De atender e renovar;
Apenas pede aos seus filhos
A energia de esperar.
10 Caso venha a tempestade,
Guarda a força calma e sã.
Deus é Pai. Ora e confia.
A vida volta amanhã.
Casimiro Cunha
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