O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Cartilha da Natureza — Casimiro Cunha


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A lagarta

  1 A árvore é grande e bela,
Mas, na copa que se alteia,
Intromete-se a lagarta
Escura, disforme e feia.


2 No tronco maravilhoso,
Folhas verdes, flores mil…
O traço predominante
É a nota primaveril.


3 E basta uma só lagarta
De minúscula expressão,
Por fazer, na árvore toda,
Estrago e devastação.


4 De fato, o conjunto verde
É nobre, forte e preciso;
Mas, em todos os detalhes,
Há sinais de prejuízo.


5 A lagarta rastejante,
Mostrengo em miniatura,
Vai de uma folha a outra folha,
Dilacerando a verdura.


6 As flores, embora belas,
Perfumosas e garridas,
Aparecem deformadas,
Nas corolas carcomidas.


7 O passeio da lagarta,
Que demora e persevera,
Perturba toda a expressão
Da filha da primavera.


8 Por mais que enflore e se esforce,
A árvore peregrina
Trai, aos olhos, a existência
Do verme que a contamina.


9 Encontramos na lição,
Desse pobre vegetal,
O homem culto e bondoso
Com o melindre pessoal.




10 Há muitas almas na Terra,
De feição nobre e segura,
Mas o melindre é a lagarta
Que as persegue e desfigura.


Casimiro Cunha


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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