1 Nos serviços de defesa
Da semente que germina,
Não se pode descuidar
Dos trabalhos da capina.
2 Em torno à planta que nasce
No escuro lençol do chão,
Surgem ervas venenosas
Tentando a sufocação.
3 Crescem fortes, espontâneas,
Nocivas e desiguais,
Formando comprida esteira
De grosseiros ervaçais.
4 Alastram-se em toda parte…
São verdura traiçoeira
E, se vivem confortadas,
Dominam a roça inteira.
5 Que o lavrador cuidadoso
Jamais se esquive à atenção,
Trazendo-lhe, decidido,
A justa eliminação.
6 Ainda que mostrem flores
Entre os ramos de alegria,
Que todas sejam tratadas
À lâminas de energia.
7 Enquanto o grão não se forme
Para a colheita madura,
Capine a enxada ao redor,
Tão atenta, quão segura.
8 De outro modo, o mato inútil,
Vadio, cruel, sem nome,
Rouba grelos promissores,
Deixando ruína e fome.
9 Assim no mundo, igualmente,
Quem deseje o nobre dom,
Destrua dentro em si mesmo
Todo impulso menos bom.
10 Cultiva diariamente
A vida elevada e sã:
Não te esqueças da capina,
Se queres fruto amanhã.
Casimiro Cunha
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