1 Quando o esforço principia
Em toda edificação,
Não se pode prescindir
Da alheia cooperação.
2 Precisa-se apoio forte,
De base através da qual
Se distribua ao serviço
Concurso e material.
3 Vem o andaime prestimoso,
É o seguro companheiro,
Que atende às obrigações,
Noite toda, dia inteiro.
4 De pé, vivendo o dever,
Serve a todos com bondade,
É um exemplo de serviço
E um símbolo de humildade.
5 Muita vez, pisado a esmo,
Escuro, banhado em lama,
Permanece em seu lugar,
Não se irrita, não reclama.
6 Findo o esforço rude e longo,
Ao rebrilhar do edifício,
Pouca gente lhe recorda
O trabalho e o benefício.
7 O quadro é singelo e pobre,
Mas rara é a lição assim —
O benfeitor olvidado,
Que é fiel até ao fim.
8 Além disso, o ensinamento,
Em suas exposições,
Apresenta aos aprendizes
Duas belas sugestões.
9 Diz a primeira que um dia
Deveremos esperar,
Agir sem qualquer andaime
Na vida particular…
10 Indaga-nos a segunda,
Se já fomos, para alguém,
O andaime silencioso
Que ajuda a fazer o bem.
Casimiro Cunha
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