1 O milharal nos parece,
Do caminho que o sol doura,
Uma esperança de Deus
Sobre as bênçãos da lavoura.
2 Além disso, representa
Uma elevada oficina,
Da nobre lei do trabalho
Que o Pai de Amor nos ensina.
3 Deus dá tudo: a terra, o ar,
As chuvas e os instrumentos,
Indicando o tempo próprio
Com a força dos elementos.
4 Manda o homem, que é seu filho,
Cuidar da terra que é sua
E esse filho convocado
Guia o traço da charrua.
5 Germina a semente amiga,
Mas até que dê seus frutos,
Exige muitos cuidados,
Constantes e absolutos.
6 Em seguida, o Céu concede
A espiga amada e perfeita,
Pedindo as dedicações
Nas tarefas da colheita.
7 Vem logo a descascadura,
Depois o debulhador,
E o moinho em movimento
Nas lides do lavrador.
8 Somente agora o celeiro
Guarda as forças do bom grão,
A esperança carinhosa
Da véspera de seu pão.
9 É um ensino generoso
Que a leira de milho encerra,
Um quadro de exemplo amigo,
Das lutas de toda a Terra.
10 Deus palpita em toda a parte,
Nada faz ou cria a esmo,
Mas pede em tudo a seu filho
A elevação de si mesmo.
Casimiro Cunha
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