1 É muito grande o trabalho,
Enorme a preparação,
Na terra que se destina
Às fainas da plantação.
2 É preciso desprezar
Certas plantas, certas flores
Retirar os espinheiros
E arbustos inferiores.
3 Depois da foice aguçada,
Que opera o desbravamento,
Vêm, a golpes de enxadão,
Limpeza e destocamento.
4 No corpo da terra nua,
Em lutas laboriosas,
Há frondes e flores murchas,
Cicatrizes escabrosas.
5 Logo após, o arado amigo,
Cuidadoso, traça a leira,
Completando atividades,
Devidas à sementeira.
6 O solo dilacerado
Dá conta do esforço ingente,
A terra aberta e ferida
É o berço justo à semente.
7 A zona que se consagra,
Às tarefas de cultura,
Fornece lições diversas
Ao campo da criatura.
8 Muita gente julga, a esmo,
Que as lutas da educação
Se resumem a teoria,
Discurso e doutrinação.
9 Mas o problema é bem outro:
Não se dispensa a harmonia
Entre ação e ensinamento,
Nos quadros de cada dia.
10 Dores, lutas, sofrimentos,
São bênçãos de formação
Da Divina Sementeira
Nas zonas do coração.
Casimiro Cunha
|