O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Colheita do bem — Mensagens familiares do Prof. Arthur Joviano (Neio Lúcio) e outros


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Ata semanal do templo doméstico

18/10/1950


1 Meus caros filhos, Deus abençoe a vocês todos, concedendo-lhes muita paz e alegria, saúde e bom-ânimo à frente da vida.

Outros amigos nos assistem na prece, contudo, sou eu o autor da carta familiar que, no transcurso dos anos, se vai convertendo quase que numa ata semanal do templo doméstico. Em verdade, outros muitos poderiam se comunicar com vocês, trazendo-lhes sensações novas, todavia, se a nossa sensação é pouco variável nas noites de quartas-feiras, as ideias são sempre novas para o nosso campo de ação.

2 Hoje, meu caro Rômulo, adotarei por tema as impressões enunciadas por sua mãe. Você repare as dificuldades com que somos defrontados para demolir certos princípios cristalizados, a fim de auxiliar o desenvolvimento dos ideais transformadores e reedificantes. Estranhável pensar que o coração possa aceitar e o cérebro recusar que o sentimento deseje e que o raciocínio desdenhe, que a esperança brilhe e que a vontade enfraqueça. É o que acontece às duas almas tão especialmente queridas a nós todos. Ambas, incluindo Martha, guardam a certeza da sobrevivência, entretanto, não se dispõem ao tratamento espiritual com que poderiam marchar ao encontro da verdade. Procuram Marcelina tão longe, quando a velha amiga se encontra ao lado delas. Foi possibilitada a permanência de nossas duas queridas visitantes de Pedro Leopoldo não apenas a benefício delas, porque Marcelina vem aproveitando o estímulo que a presença das duas lhe faculta para melhor conhecer o novo caminho e descerrar os horizontes novos que a morte do corpo agora lhe impõe.

3 Para aclimatá-la em posição de serviço iniciante, no socorro espiritual do templo cristão já edificado, nenhum local para ela foi mais adequado que a residência de Fausto, n com a presença de sua mãe. Gradativamente, vai-se fortalecendo para o mundo diferente a que foi chamada com o concurso direto de quem recebeu, na Terra, por mãe espiritual e verdadeira amiga. Ao lado de corações que tanto representam para ela, a nossa benfeitora desencarnada tem podido integrar-se mais seguramente em nossos assuntos, eliminando os receios e as preocupações que lhe ocuparam a alma desde os primeiros dias depois da desencarnação. 4 Nos últimos tempos, esteve sobremodo ligada à Martha, quando conseguiu despertar além do repouso natural e justo, e, em seguida, veio em minha companhia para cá. A luta de adaptação em nosso plano, para ela, não tem sido pequena e assim a visita de quem tantas influências dispõe sobre o seu espírito lhe arma o coração com forças novas. E, desse modo, temos a nossa Marcelina à maneira de uma colegial necessitada de contribuição materna para afeiçoar-se no educandário novo. 5 Felizmente, o proveito dessa medida providencial é enorme e creio que, em breve, poderá ela própria contar a vocês alguma coisa de sua nova escola. Residência de Fausto, culto evangélico junto de vocês e reunião no santuário espírita, nos derradeiros trinta dias, vão sendo a rotina bendita em que o seu bom-ânimo vai despertando para retomar a preciosa luta e as valiosas tarefas que lhe competem. Segundo vocês observam, nada existe sem aproveitamento. Já que a visita devia realizar-se, que ela funcione a benefício de quem tantos benefícios conosco espalhou.

6 Quanto ao mais, as suas surpresas são igualmente minhas. A desencarnação não nos circunscreve à expectativa ao redor do bem e, por isso, quando a nossa boa vontade não encontra sintonia, somos vitimados também pelo desapontamento. Creia, contudo, que não me desanimo. Somente relego as soluções difíceis aos braços do tempo para que me não perturbem o pensamento necessitado de harmonia para a produção do bem. Contornemos a pedra e esperemos o pingo d’água. Ele pode mais que a nossa impaciência ou nosso desejo. Sua atitude está muito bem inspirada. E não está fugindo ao velho mandamento que aconselha “Honrarás os seus pais”.

7 Tem você realizado o que é possível e quem faz o que pode a mais não é obrigado. Outra não deve ser a diretriz, porque o seu trabalho é o seu trabalho e o seu lar é o seu lar. Dia virá em que as flores e as preciosidades serão permutadas por todo o nosso grupo. Até lá, porém, não é justo atirar rosas à poeira ou provocar a fúria da ventania destruidora com atitudes precipitadas. Cada lavrador em seu lugar é o segredo da colheita preciosa. Entendamo-nos com Jesus e o Mestre nos auxiliará.

8 Você e Maria guardem o coração cheio de serenidade e alegria, buscando em cada novo dia uma nova ocasião de crescer para a vida eterna, que reserva duras lições aos que não avançam por rebeldia ou por indiferença. Deus nos concedeu motivos mil de interesse, trabalho e incentivo à luta, à vida e à elevação. A juvenilidade é problema do espírito.  9 Conservemos intacto o nosso entusiasmo diante do mundo e da vida, e o mundo e a vida nos responderão com hinos de luz, realização e vitória. Nesse fundamento de paz e ação incessante no bem jamais nos separaremos, formando sempre abençoado núcleo de força atrativa para a nossa obra de aprimoramento e redenção.

10 Desejo-lhes feliz viagem na direção dos compromissos esposados. Que o Senhor conceda a vocês a coroa de triunfo eterno conferida aos “talentos” bem aproveitados. E num grande abraço, cheio de confiança, amor e carinho sou o papai muito amigo de sempre,


A. Joviano



[1] Nota da organizadora: em referindo-se a Fausto Joviano, irmão de Rômulo.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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