O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

Índice |  Princípio  | Continuar

Colheita do bem — Mensagens familiares do Prof. Arthur Joviano (Neio Lúcio) e outros


38

Serviços de sublimação

01/03/1950


1 Meus caros filhos, Deus abençoe a vocês, conferindo-lhes muita saúde e paz.

Falando em nome de vários amigos, trago visitas muito afetuosas de todos ao nosso amigo General Aurélio, desejando-lhe melhoras positivas ao estado orgânico geral.

2 Esperamos que a sua posição íntima se mantenha dentro da tranquilidade possível, convicto de que não lhe falta o amparo persistente e metódico da nossa esfera de ação. A sua abnegada mãezinha vela constantemente pelo seu bem-estar e toda vez que as sensações de fadiga lhe invadirem a mente convém-lhe a recordação desse carinho incessante, porque a sua lembrança direta será como que a ligação da lâmpada à usina. A atitude mental é sempre uma tomada de força e a sua convicção nesse concurso do Alto constituirá sublime auxílio à solução de muitos problemas de natureza física que ainda o incomodam. Em casos como o seu, de refazimento a longo prazo, a serenidade há de ser um remédio de todos os instantes. Sem dúvida, a inatividade aparente para um espírito de sua têmpera representa prova difícil de atravessar. Contudo, é indispensável recordemos a rapidez das horas e, com a bênção dos dias, tê-lo-emos restabelecido e bem disposto para as suas tarefas gerais.

3 Nossa venerável irmã Amélia, presente à reunião, agradece à irmã Júlia seus cuidados e carinhos pelo filho querido, dentro da abnegação que lhe assinala os gestos, e promete continuar ao lado de ambos até que consigamos ver o nosso bom amigo restaurado para a boa luta.

4 Vocês falam com respeito às lides do nosso lado e com referência aos serviços de sublimação que cabem a cada criatura, e têm razão. Estudos dessa natureza são preciosos. A verdade é que, pouco a pouco, vão penetrando o domínio de conhecimentos avançados e fundamentais para a elevação da alma. 5 Cada reunião de vocês, na prece e no esforço evangélico, expressa uma reunião de nosso lado. Quando o médium identifica a presença de “a” ou “b”, isso não significa visitação a esmo ou extemporânea. A assembleia deliberada para os trabalhos espirituais compele à organização de outra no Plano espiritual imediato. Somente assim um agrupamento consegue viver, superar as dificuldades no tempo e projetar-se em benefícios para muita gente na vida coletiva e, de outro modo, numa congregação de elementos puramente terrestres, não conseguiria sobreviver, quando verdadeiramente edificantes, nem mesmo durante uma semana aos ataques das energias inferiores que se encontram em maioria na Esfera do homem comum. 6 Em razão disso, vocês não desconhecem como é frequente e lógica a solicitação do Plano superior no capítulo da boa vontade, da assiduidade e do horário. Esses fatores significam muito em qualquer grupo com tarefa de ascensão ou de extensão dos recursos do Alto. 7 Quando uma criatura vive fora dos ideais que hoje nos alimentam as almas, nem sempre consegue receber o socorro dos Espíritos amigos em favor de si própria, mas se uma pessoa permanece integrada num grupo cristão não é necessário que o corpo adormeça em transe vulgar para que lhe doemos a nossa mensagem ou aviso de acordo com as nossas necessidades mútuas, porque na concentração de pensamentos dentro dos objetivos de melhoria da personalidade a mente se converte, temporariamente, num ímã colocado em nossa direção, absorvendo-nos as manifestações e advertências, em forma de intuição. 8 Nesse sentido, o hábito de estudar o Evangelho, refletindo sobre as lições dele, é um exercício de imantação do nosso Espírito com as Esferas superiores. Na ocasião do sono físico ou da prece, o intercâmbio com os amigos desencarnados é mais fácil, mais substancioso e mais agradável.

9 Trabalhemos muito, meus filhos e meus amigos, na preparação do lar espiritual, porque em verdade todos nós trazemos as atrações que alimentamos na vida. Tenho visto criaturas desencarnadas com acentuada luz em determinadas partes do corpo espiritual, vindo a saber que as moléstias de longo curso, quando aceitas com paciência e proveito, possibilitam semelhantes aquisições, porque, quando a nossa mente se concentra em determinado setor da vida orgânica, associando-o aos seus mais nobres impulsos e pensamentos mais santos, aí acende claridade divina. Tenho visto companheiros irradiarem luzes do peito como se guardassem lâmpadas acesas dentro do tórax.

10 Em maior parte, são irmãos que aceitaram com serenidade e atitude cristã as longas dores que a Providência, a benefício deles mesmos, lhes endereçou. Em compensação, tenho visto grande número de ex-tuberculosos e ex-leprosos em posição lastimável de desequilíbrio, afundados em amplos charcos de trevas, porque a moléstia lhes constituiu simplesmente motivo a revoltas e indisciplinas perante a lei justa.

11 Quando pensamos o bem, diariamente, irradiando-o através de ondas ininterruptas de compreensão e de amor, nossa mente vai-se transformando gradativamente em gerador de luz. Há mundos novos imensos no terreno da espiritualidade aguardando o ânimo das almas heroicas que conhecem o valor do esforço com Jesus cada dia, mas desde a experiência humana é possível fazer muito e muito realizar. Pouco a pouco, vamos percebendo a importância de nosso concurso no mundo do nosso pensamento, na regeneração do Plano em que desfrutamos a bênção do trabalho, e quanto mais pudermos arrojar o inferior para fora de nós em maior parcela o superior resplandecerá em nós mesmos, descortinando estradas novas e horizontes diferentes.

12 Onde prendemos o pensamento aí se formará uma inibição à maior expansividade de nós próprios. A vida é força divina que nos toma a todos por instrumentos de transmissão, segundo a nossa capacidade de traduzir-lhe a grandeza. Nossa finalidade mais alta, por assim dizer, será, pois, a de canalizar os dons do Céu, convertendo-nos em permanentes doadores de amor e sabedoria, em nome da Divindade.

13 Mais crescimento de cultura, virtude, competência e experiência significam maior amplitude no raio de ação da nossa individualidade. Somos condutores vivos e conscientes do bem. A grandeza de nossa cooperação depende da grandeza do nosso potencial e sabemos que o aumento de potencial é obra nossa, tanto quanto a descida da força ou o aviltamento dela.

14 Jesus nos ampare o desejo de aprender sempre mais. Acreditem, contudo, que os assuntos dessa ordem são emissários de grandes benefícios à vida íntima, porque impõem pacificamente novos recursos de nutrição mental que, sem dúvida, nos renovarão o modo de ser. A questão, todavia, é vastíssima e pede tempo, a fim de ser convenientemente observada, em todos os aspectos.

15 Boa noite a todos! E, rogando ao nosso divino Médico para que o nosso amigo General Aurélio prossiga recolhendo os melhores valores no campo da restauração, deixa-lhes um grande abraço o papai muito amigo de sempre,


A. Joviano


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

Abrir