O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Colheita do bem — Mensagens familiares do Prof. Arthur Joviano (Neio Lúcio) e outros


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Os júbilos do círculo doméstico

19/12/1951


1 Meu caro Rômulo, Deus abençoe a você hoje e sempre, ao lado de nossa querida Maria e dos netos afetuosos, multiplicando as alegrias abençoadas de nossa união.

2 Emocionado ante a prece de nossa querida Wanda, faço minhas as palavras dela, nos votos ardentes que dirijo ao Senhor, rogando seu fortalecimento, bem-estar e saúde em nossa luta redentora, oferecendo-lhe com as minhas orações o versículo 4 do capítulo 1 da epístola de Paulo de Tarso a Filêmonn Que o Senhor nos abençoe e nos ampare cada vez mais.

3 Na passagem de mais um natalício, com os júbilos do círculo doméstico, invariavelmente somos induzidos a meditar. n Perguntamos à vida, em silêncio, com respeito ao nosso caminho e ao nosso trabalho e a vida nos responde, através da consciência, com as suas realidades justas.

4 Felicidade enorme vejo no seu santuário interior, porque as respostas que você obtém são daquelas que poucos entenderiam. Com a graça do Alto, desde o princípio de sua luta, você fez da jornada terrestre um trabalho constante. Trabalho de educação. Trabalho de realização. Trabalho com o presente e com o porvir.

5 Quase sempre espinhos aguçados aparecem nas flores raras de sua estrada e com frequência granizos em quantidade se arrojam, de improviso, sobre as suas plantações espirituais. Não fosse o manancial de amor e carinho, nutrição e fortalecimento que o seu espírito formou no lar e talvez não conseguisse você continuar com a mesma coragem e desassombro para a frente, dever que, além das portas em que você se recolhe no aconchego doméstico, a sua marcha é uma peregrinação sob a ventania forte. 6 Entretanto, meu filho, regozije-se pelas dificuldades e pelas dores que lhe coroam o destino. Os que dormem nas conveniências humanas desconhecem as vigílias que lhes possuem as noites. Os que pousaram sobre os galhos de ouro da árvore humana ignoram as feridas e as aflições ocultas que se alojam em suas fibras mais íntimas. Quem se devota, porém, ao desempenho das possibilidades edificantes, que executa os compromissos assumidos, quem avança para adiante nos ideais que abraçou de certo não descansa na rápida viagem pelo campo da carne. Lutas gigantescas lhes sacodem as almas e do início ao término da experiência o bem de todos é a bússola que lhes orienta a embarcação.

7 Sinceramente, não sei quando você poderá pensar em refazimento oriundo da tranquilidade em alguma “ilha mental” de reconforto. Sua jornada prossegue como a de um grande navio constrangido a medir a força da tormenta e com ela combater para preservar-se. Isso é uma fatalidade. Fatalidade de sua tarefa, de sua escolha, de sua missão.

8 Quem efetivamente auxilia na maioria das vezes encontra apenas o sacrifício de si mesmo para sobreviver. Honre-se, porém, nas lides a que se consagrou — lides que são muito suas pela grandeza dos seus compromissos espirituais antes da volta ao renascimento atual. Do Alto fluirão recursos para a sua cabeça e para o seu coração. O caminho é espinhoso e longo, e a sua guerra, no mundo interior, segue viva, em conflitos imanifestos aos que o cercam no mundo, mas visíveis para nós. Não recue nos seus propósitos de natureza superior. Sombras e pedras, inundações e canículas, óbices e espinheiros vão passando, porque com o auxílio do Senhor vamos aprendendo a passar por eles.

9 Creia que lhe sigo as atividades com especial carinho e conto com a sua vitória em Cristo. Você sabe, meu filho, que os adversários do bem não falham dentro da ribalta em que recebemos de Jesus o nosso papel de trabalhadores. Semelhantes inimigos prosseguem, com função específica de aperfeiçoamento, e não devem ser interpretados por nós noutra condição senão essa de instrumentos da vida, porque um dia acordarão para a verdade e serão recuperados para a máquina do bem. Avancemos, pois, com calma e entendimento, e esteja você convicto de que não há experiência sem proveito e que até mesmo a planta, humilde e anônima, fala por nós ao Alto quando realmente nos devotamos ao bem.

10 Desejo a você, junto da Maria e dos netos, longas e sublimes alegrias. Que o seu apostolado de bênçãos se intensifique e que você continue firme em seus ideais e em suas realizações. São os nossos votos. Além dos “parabéns” pelo motivo do “feliz aniversário” de hoje, trago a vocês, ao nosso amigo General e à nossa prezada irmã Júlia os nossos votos de Natal venturoso, rogando ao Mestre para que a estrela de Belém aqui fulgure em cintilações de paz e felicidade perfeitas, adornando o nosso templo familiar com as flores abençoadas da integração divina de nossas almas num só impulso de carinho e esperança.

11 Agradeço-lhes o contentamento que me proporcionaram a 14. Foi uma noite de muita alegria para o meu coração! Que as flores da ternura de vocês continuem, através do tempo e do espaço, perfumando os nossos sentimentos com a essência sagrada do amor que nos reúne aqui, num só coração.

12 E que você, meu filho, prossiga abençoado por Deus em seu ministério de serviço aos nossos semelhantes e na elevada missão de amparo à natureza, de conformidade com os planos santificantes que você trouxe ao renascer, são os votos ardentes do papai e amigo, companheiro e irmão mais velho, que se sente extremamente feliz em seguir-lhe os passos para a nossa vanguarda de luz, hoje como ontem, no presente como no passado, a fim de que estejamos invariavelmente um no outro, agora e sempre.


A. Joviano



Notas da organizadora:

[1] Filêmon, 1:4 “(…) Não cesso de dar graças a meu Deus e lembrar-me de ti nas minhas orações (…)”. In: http://www.avemaria.com.br/biblia/64/FILEMON/1. Acesso em: 30 jun. 2010.


[2] Meu pai, Rômulo, na data, completava 59 anos.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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