1 De entidades protetoras das assembléias cristãs, destacamos Catarina de Alexandria que se consagrou à divulgação do Evangelho.
2 Para isso, somos induzidos a lembrar que no começo do século IV o imperador Diocleciano † já estava quase inválido e enfermo, repartiu a direção das perseguições ao Cristianismo com diversos amigos, dentre os quais Maximino Daia † foi conduzido ao Egito, onde as perseguições se haviam feito truculentas e cruéis. 3 Tão logo se encarregou do mandato, conheceu Catarina, jovem de 22 anos e por ela se apaixonou, agredindo-a com difíceis assédios.
4 Catarina, porém, cuja família era cristã, esquivou-se a influência de Maximino, que insistiu nas agressões. Desesperado, em seus instintos, o Procurador do Império, proveu a formação de um Tribunal de Filósofos para demove-la da confiança em Jesus, e vale para nós recordar o heroísmo daquela jovem, correta, mas desvalida que persistiu na sua fé e aceitou a intimação.
5 Na hora apropriada, com a presença de Maximino, o juiz dirigente da reunião, ante a moça simples e emocionada, inicia o interrogatório:
— Jovem, qual o seu nome certo?
6 E a resposta começou em fieira.
— Meu nome é Catarina de Alexandria. †
7 — Sua família?
— Meu pai e irmão já foram trucidados, e peço o consentimento da justiça para adotar em minhas respostas o sistema do meu Divino Mestre, seja o vosso falar sim, sim, não, não. ( † )
8 — Qual a sua profissão?
— Costureira.
9 — Sabe que o Procurador deseja unir-se à sua intimidade?
— Sei, mas já respondi a ele que não posso.
10 — E qual é o seu impedimento?
— Estou chegada a Nosso Senhor Jesus Cristo.
11 — Sabe que basta essa declaração para se colocar em perigo?
— Não ignoro isso, no entanto, insisto em negar-me aos seus assédios.
12 — Qual o seu pensamento, acerca do regime?
— Estou certa que é um regime de força e iniqüidade.
13 — Por que diz isso?
— Basta ver o quadro dos suplícios e a criminalidade do Imperador Diocleciano.
14 — Pode ser condenada por infâmia?
— Sou dos ensinos de Jesus que manda amar-nos uns aos outros.
15 — Ingenuidade da senhora…
— Isso é ingenuidade se os senhores estão cegos.
16 — Esta é a sua opinião de mulher?
— Perfeitamente… Pensem os senhores nos rostos em martírio.
17 — Que é que pensa mulher?
— Sou mulher cristã, conquanto agora indefesa.
18 — E tem esperança de salvar-se?
— A minha fé é um refúgio…
19 — Que pensa da mulher, no futuro, já que é conhecida por profetizar…
— Agora, nós mulheres estamos em perigo, mas, tempo virá em que a mulher será considerada com justiça. Teremos as mulheres administradoras, professoras, médicas, juízas, dignas mães de família, construtoras. Tudo isso teremos com Jesus.
20 — E a senhora insiste em recusar a companhia do Procurador Maximino?
— Insisto.
21 — Considera o Procurador indigno de seus carinhos?
— Não posso me vender e o considero agente de um Imperador sem consciência.
22 Nesse ponto do diálogo, Maximino Daia exasperado, mandou que a colocassem num carro de seis rodas, na direção de um abismo próximo.
23 Ela entrou no carro serenamente, mas tão logo sentou-se as rodas e os ferros do carro se entortaram. Disposta nessa situação, o Procurador, chamou-a à sua presença, numa atitude degradante. Ela apenas sorriu e disse-lhe:
— Jesus vencerá.
24 Num ímpeto de ferocidade o Procurador Maximino arrastou-a para uma construção próxima, onde Catarina foi degolada…
25 As entidades angélicas a cercavam conduzindo-lhe o Espírito às Alturas, os quais até hoje velam e trabalham pela sustentação das assembléias cristãs.
26 Falo-vos tudo isso para salientar a energia da mulher cristã, cuja bondade e fidelidade à fé que abraça é uma fonte de paz e verdade a que se conduz e que, pela mulher cristã, mantida e considerada na Terra, poderemos esperar constantemente a influência e a presença de Jesus.
Maria Dolores
Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, na noite de 17.10.1998, em reunião pública do Grupo Espírita da Prece em Uberaba - MG.