1 Comentávamos a beneficência, em reunião de companheiros, encarnados e desencarnados, quando alguém considerou que a palavra “caridade”, por excessivamente repetida, talvez estivesse perdendo a significação e a importância.
2 Entretanto, aduzimos: “Estaria o sol diminuindo em grandeza, por mostrar-se diariamente, de hemisfério a hemisfério? Que palavra diferente inventaríamos para a luz, unicamente porque seja ela um prodígio infinitamente rearticulado para os nossos olhos?”
3 Irmãos presentes observaram com gentileza: “não será justo que os amigos da Espiritualidade venham a fixar o valor perene da caridade num livro simples que lhe receba o nome?” n
4 Aceitamos a lembrança-convite e, através do tempo, colecionamos — alguns companheiros e nós — as páginas que se nos fizeram possíveis em derredor do assunto.
E aqui temos o volume planeado pelos dedicados irmãos que no-lo recordaram para marco de respeito e consideração para com a palavra-legenda que nos expressa o amor ao próximo.
5 Caridade! … — Haverá outra expressão mais nobre para designar o laço de íntima união entre nós, à frente do Criador?
6 Homenageando-a por chama da própria Vida Espiritual, interligando-nos os corações perante Deus, entregamos a ti, leitor amigo, este volume despretensioso, em que nos reunimos aos companheiros reencarnados para salientar os valores do sentimento que nos irmana, infundindo-nos esperança e coragem, no trabalho de nossa elevação mútua.
7 Que este livro do coração possa induzir-nos à prática do bem e à certeza de que todos necessitamos uns dos outros, nos caminhos para o Mais Alto, são os nossos votos, rogando, de nossa parte, aos Mensageiros do Bem Eterno, a todos nos inspirem e abençoem, a fim de que venhamos a reconhecer na Caridade o traço de luz imperecível que a todos nos integrará, um dia, com o Próximo e com Deus.
Emmanuel
Uberaba, 14 de junho de 1978.
[1] A reunião referida neste prefácio se realizou no Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo, Minas, em 1956, e a pergunta a que se refere o Autor Espiritual foi articulada pelo nosso companheiro Sr. José Gonçalves Pereira, residente em São Paulo, fundador e supervisor da Casa Transitória de Fabiano, da F.E.E.S.P., na Capital Paulista. — Nota do Médium.
[v. Carta do Chico a José Gonçalves Pereira por ocasião do 1º Centenário da Codificação do Espiritismo.]