1 Não olvides que a caridade, é o coração no teu gesto.
2 Espalharás o ouro a mancheias, entretanto, se não sabes emoldurar de carinho a tua manifestação de bondade, as moedas de tua bolsa serão, muitas vezes, escárnio e humilhação, sobre a dor dos infortunados.
3 Ensinarás a verdade, com segurança, contudo, se a tua palavra não estiver temperada com a brandura da paciência, quase sempre, o teu verbo, apesar de nobre e culto, não passará de azorrague no semblante ferido de teus irmãos.
4 Recorda que a Providência Infinita nos estende o socorro do Céu de mil modos, em cada instante do dia, e descerrando tua alma à Grande Compreensão, não admitas que a sombra te avilte o culto da gentileza.
5 Muitos dão, mas raros sabem dar.
6 O pão, misturado de reprimendas, amarga mais que o fel e 7 a lição, que se ajusta a críticas e reproches, pode ser comparada à tela preciosa que a ironia apedreja.
8 A beneficência não se levanta por bandeira de superfície.
9 Vale mais a tua frase, vazada em solidariedade e entendimento, para o companheiro que jaz sob o gelo do desânimo, que todos os tesouros amoedados da Terra.
10 Vale mais teu braço amigo ao irmão caído no precipício do sofrimento, que a mais ampla biblioteca do mundo em cintilações verbalistas na tua boca.
11 Lembra-te de que só o amor pode curar as chagas da penúria e da ignorância e aprende a doá-lo aos que te rodeiam, nas maneiras em que te exprimes, porque 12 a caridade não é uma voz que fala, mas um poder que irradia.
13 Abraça a fé que te enobrece a existência e segue o valioso roteiro que as suas revelações te traçam à luta, mas não te esqueças de içar o coração, na marcha cotidiana, para que a tua vida seja, realmente, um poema de luz e fraternidade, consoante a lição do Mestre Divino que, ainda mesmo na cruz, foi o amor generoso e triunfante, atravessando o vale escuro da morte, para convertê-la em eterna ressurreição.
Emmanuel