1 Jesus querido.
Venho com a tia Tereza escrever esta carta.
2 Sei que você sabe o que nos acontece sem que a gente precise dizer. Meu nome é Olga, e tenho dois irmãos: João e Lequinha.
Meu pai e minha mãe não estão aqui.
3 A tempos, eu estava jogando bola na rua, quando um carro me segurou pelas rodas.
Sei que sofri um choque, mas desde então estou longe de casa, com minha tia Tereza.
4 Jesus, se você puder, auxilie a meus pais para que fiquem de bem um com o outro.
Às vezes, escuto o choro de minha mãe e fico triste.
5 Se for possível, peço também para auxiliar meus irmãos a protegerem meu pai e minha mãe.
Sei que moro bem longe deles, mas existe uma força em meu coração que me obriga a ficar perto.
6 Jesus, diz minha tia que todas as pessoas são boas, mas o primo Antônio está custando a pagar a quantia que ele deve a meu pai, e eu creio que, por isso, meu pai anda bebendo um pouco mais e chega em casa nervoso, ameaçando bater em meus irmãos.
Se eu puder pedir isso, estou rogando à sua bondade a proteção de que estamos precisando.
7 Eu não queria estar longe de minha mãe, porque ela chora muito por minha causa.
Ficarei muito contente se você retirar dela a raiva que ela sente do motorista que me apanhou.
8 Você sabe que ele não teve culpa. Eu corria e o carro dele corria também.
Estávamos brincando de esconder, e eu penso que ele estava trabalhando.
9 Até agora minha mãe não me deixou esquecer o que eu passei, porque se lembra de tudo em todos os dias.
10 Querido Jesus, eu peço o que estou contando a você, porque estamos no mês das crianças, e minha tia Tereza achou que eu devia escrever alguma cousa.
11 Não seu o correio em que esta carta vai parar, mas não ignoro que a sua bondade transforma até o vento em carteiro, quando você julga que isso deve acontecer.
12 Perdoe-me se O aborreço. Escrevi tudo o que eu desejava. Agradeço muito, querido Jesus, e fico muito confortada.
Muito amor da sua
Olga