1 Já se fizera mania
Em Joaquim Serapião…
Vivia rogando auxílio
Em toda reunião.
2 Na sessão de voz direta,
Usando calma sem fim,
A entidade na cabine
Reconfortava Joaquim.
3 O irmão Quintino Elentério,
Ali materializado,
Estava sempre disposto
Para incessante recado.
4 A declarar-se doente,
Embora a mostrar-se forte,
O moço pedia amparo,
Guardando o medo da morte.
5 Queixava-se de bronquite,
De tosse e inchaço na goela,
De desânimo e tontura,
Batedeira e erisipela…
6 Em cada reunião,
Lá se encontrava Joaquim,
Acabrunhado e choroso,
Dizendo-se assim, assim…
7 Passados mais de oito anos,
Depois de curta oração,
O irmão Quintino Elentério,
Avisou ao pedinchão:
8 — “Joaquim, agora é que eu trouxe,
Com minha grande alegria,
O seu remédio seguro,
Para uso, dia a dia.
9 “Deixarei nesta cabine
O meu singelo presente,
Não quero vê-lo abatido,
Nem cansado, nem doente…”
10 Finda a sessão, eis que surge
A cabine iluminada…
Joaquim correu ao remédio
E achou uma linda enxada.
Jair Presente
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