1 Você me pergunta em carta,
Meu caro Antônio Garcia,
Sobre o amor livre na Terra,
No sexo de hoje em dia.
2 O que dizer, meu irmão?
Eis neste assunto o que sei:
O sexo sem controle
Inventa o amor sem lei.
3 Recorde o antigo provérbio:
“Na casa em que não há pão,
Todos reclamam comida
E se agitam sem razão.”
4 Exalta-se em toda parte
O corpo por nobre centro
Com muito sexo por fora
E muito chulé por dentro.
5 Tanto o homem pulou cercas,
Nas cercas em derredor,
Que a mulher quis imitá-lo
E a luta ficou pior.
6 Tanto a mulher se descobre,
Que o homem fica a pensar,
Se deseja estar na rua
Ou mesmo se quer um lar.
7 Sexo livre? Amor livre?
Garcia, não falarei,
Diga aos nossos que sou morto
E por isso nada sei.
Jair Presente
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