O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Bazar da Vida — Jair Presente


5

Sequestro

1 No sentido de ampliar
Os pensamentos do Bem,
É que ouso comentar
A lição que vi do Além.


2 A viúva nobre e rica,
Dona Cecília Trindade,
Tinha um filho e duas filhas
Com destaque na cidade.


3 Certo dia, junto ao filho,
Tão pálida quanto a cera,
Mostra-lhe Dona Cecília
A carta que recebera.


4 Era um texto repulsivo
De cruel sequestrador
Que lhe falava na escrita
Com menosprezo e rancor


5 Que ela atendesse sem falta,
No que se punha a intimá-la,
Cinquenta milhões, não menos,
Ou, então, a morte a bala…


6 Que colocasse o dinheiro
Por entre jornais em monte,
Certa noite, em certa hora,
Debaixo de antiga ponte.


7 Nada dissesse à polícia,
Que agisse de “lábio mudo”
Nada falasse a ninguém,
Se não mudaria tudo…


8 Rogava ao filho conselho
Contra o esperto marginal,
Esperando recorrer
Ao tato policial.


9 Mas o moço respondeu:
— “Escute, mamãe querida,
Nisso tudo, apenas vejo
A bênção de sua vida.


10 “É preciso resguardar
Seus santos cabelos brancos,
Essa quantia é migalha
Do que já possui nos bancos.


11 “Convém se evite a polícia,
Ponha o dinheiro em jornais
E fique livre de vez
Da mira de marginais.”


12 Mas a senhora, ao contrário,
Foi à polícia em segredo,
Pediu providências claras,
Falando firme e sem medo.


13 Orientada, a capricho,
Por antigo delegado,
Colocou todo o dinheiro
Sobre o terreno indicado.


14 A nobre dama, a distância,
Ficou serena, a contento,
Queria ver o desfecho
Do triste acontecimento.


15 Em hora escura da noite,
Um mascarado chegava,
Sem ver os homens atentos
Da guarda que o vigiava.


16 Quando tomou do pacote,
Eis que a polícia o esfacela…
Descobriu-se, então, que o morto
Era o próprio filho dela.


Jair Presente


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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