O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Assuntos da vida e da morte — Familiares diversos


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Dejair Fernando Rosa (Bimba)

30.05.1951, Indiaporã, SP. — 26.06.1980, Anápolois, GO.

Bimba, como era carinhosamente chamado, morou em Votuporanga, interior paulista, até a adolescência. Aos 17 anos mudou-se para Goiás, onde concluiu o curso básico, ingressando na Faculdade de Economia, cursando-a até o terceiro ano.

Filho de Jerônimo Romualdo Rosa e D. Esmeralda Navarro Rosa, teve mais três irmãs: Aparecida Dorothi, Djanira e Dayse. Foi casado com D. Eliana Maria da Silva Rosa e tinha três filhos: Ludmila, Jerônimo Neto e Leonardo.

Na vida em si, era muito responsável, preocupado com o destino das pessoas, sobretudo os idosos. Extremamente caridoso, jamais negando auxílio a quem quer que fosse, conquistando simpatia e respeito de todos os que com ele conviveram.


DEPOIMENTO


Eis o que revela D. Esmeralda Navarro Rosa:

Quando recebi a notícia da desencarnação de meu filho, achei que não iria resistir pois, meu marido, quatro anos antes havia falecido, vítima de afogamento, e me apeguei muito a meu filho. Mas Deus é bom demais e me deu forças para continuar batalhando A Doutrina Espírita, que eu abracei, muito me ajudou. Depois da mensagem, ficamos tão felizes, que estamos aprendendo a viver novamente.

Toda a família fica desde já agradecida pela divulgação da mensagem de Dejair, esperando que permita nascer esperanças nos corações das pessoas que perderam algum ente querido.


MENSAGEM


1 Querida mamãe Esmeralda, peço que me abençoe nas orações a Deus, revigorando-me para a vida nova a que devo atender.

2 Ainda me sinto desambientado, inseguro. Deixar tudo o que mais amamos inesperadamente, qual se uma sentença inexplicável nos despejasse do corpo físico, é algo de indescritível, para quem, quanto eu, queria viver e seguir adiante, com a nossa Eliana e com os queridos filhinhos.

3 Estou certo de que foram os pensamentos da mamãe, nas preces, que moveram meu pai Jerônimo a trazer-me aqui para notícias. Posso dizer que estou empregando o melhor de mim mesmo para me adaptar.

4 Quero, com resolução e obediência aos desígnios de Deus, render-me à evidência, e aceitar os acontecimentos, tais quais são, no entanto, a família querida me perdoará se ainda choro. 5 A morte do corpo é uma espécie de despojamento integral, que, de certa forma, nos compele à condição de criança, psicologicamente.

6 É por isso, mãezinha Esmeralda que, tantas vezes, desprendo-me do que sou para voltar a ser o seu filho necessitado de proteção e carinho, tanto quando na infância. Não sabemos o que seja segurança sem os pais queridos ou sem aqueles tutores da família ou da amizade que os substituam.

7 Pelo que consigo dizer, embora a minha intenção de não impressioná-los com lamúrias quaisquer, vocês entenderão quão difícil vai sendo para mim a renovação.

8 A princípio, tudo me pareceu alucinação e doença. Gastei muitos dias para admitir que o corpo habitual ficara na Terra e que me servia de veículo original que me moldava a casa frágil de recursos físicos que, na condição de Espírito, eu então habitava.

9 Se lhes posso rogar alguma providência em meu auxílio, estendam-me socorro adequado para que me veja ausente do quadro final, em que as forças da vida, certamente satisfazendo os imperativos das leis que nos governam, me subtraíram a faculdade de permanecer com vocês no Plano físico.   10 Preciso refazer-me espiritualmente, compreendendo que tudo se define no mundo por empréstimo de Deus, em nosso favor.

11 Preciso entrar em semelhante conceituação e prossigo fora de órbita, acreditando na posse ilusória de tudo o que usufruí de modo a aprender que todos somos de Deus e que nos compete responder afirmativamente aos desígnios do Senhor.

12 Peço seja dito à nossa querida Eliana, a esposa querida, que continuo vivendo e que estou agradecido por todas as bênçãos que ela me proporciona, consagrando-se aos nosso filhos inesquecíveis. Rogo a ela não se admita sozinha ou abatida. 13 Deus não nos abandona; Ludmila, Jerônimo, Rosa e Leonardo formam a nossa constelação de carinho que o céu abençoa. Dias melhores surgirão.

14 Mãezinha Esmeralda, peço ao seu coração querido, ao nosso caro Jerônimo Neto e a todos os nossos, para que em nós todos renasçam apenas os nossos votos de gratidão a Deus por havermos recebido a felicidade da existência, juntos uns dos outros, para que o nosso amor crescesse a ponto de produzir esta saudade imensa que hoje significa em meu espírito um precioso incentivo ao trabalho, a começar de minha própria recuperação. Estamos unidos. Confiemos.

15 Tenho aqui muitos amigos que auxiliam na transição em que me reconheço, mas, por enquanto, me identifico mais facilmente com o papai Jerônimo que me aguardava com o amor que lhe conhecemos.

16 Espero que prossigam a me lembrarem nas preces habituais, porquanto, agora observo que orações em nosso beneficio são alavancas invisíveis de apoio, impelindo-nos à sustentação que devemos assegurar por nós mesmos.

17 Não posso escrever mais, desculpem-me. Acontece que a minha parcela de tempo esgotou-se, mas igualmente se foram as minhas reservas emocionais para prosseguir escrevendo e conversando…

18 Querida mamãe, com Eliana e nossas queridas crianças, com o nosso caro Jerônimo e com todos os nossos, receba todo o amor e todo o reconhecimento de seu filho.


Dejair

Dejair Fernando Rosa

17.10.1980    


Paulo de Tarso Ramacciotti


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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