1 Achava-se Batuíra, o inolvidável apóstolo da Doutrina Espírita, em sua residência, na Rua do Lavapés, em São Paulo, quando um enfermo melhorado varou a porta.
Tratava-se de um obsidiado em recuperação.
2 Homem próspero, que o dono da casa conhecia de muito tempo.
— Graças a Deus, Batuíra, estou muito mais forte, — disse o recém-chegado; — já consigo dominar-me e governar meus próprios pensamentos. Venho, assim, hoje, com mais confiança, à nossa prece.
3 Transbordando satisfação, Batuíra abraçou-o e lembrou:
— Convém, então, louvar a bondade de Nosso Senhor Jesus-Cristo, formulando renovação.
— Sim, meu amigo, faça a petição que deseje e acompanharei as suas palavras.
4 O apóstolo cofiou a barba respeitável, elevou olhos ao Alto e, colocando as mãos sobre a cabeça do doente sentado, ia dizendo a oração:
— Senhor, eu te agradeço a infinita misericórdia…
5 E o amigo repetia:
— Senhor, eu te agradeço a infinita misericórdia…
— E prometo…
— E prometo…
— Que serei paciente e humilde…
— Que serei paciente e humilde…
— Que procurarei o caminho do bem…
— Que procurarei o caminho do bem…
— Que executarei o trabalho que a tua vontade determinar…
— Que executarei o trabalho que a tua vontade determinar…
— Que abrirei minha bolsa todos os dias, em favor dos necessitados…
6 Mas, nesse ponto, sentindo talvez que o compromisso enunciado era para ele excessivamente pesado, o doente começou a gritar e piorou outra vez…
Hilário Silva