O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Amor sem adeus — Mensagens familiares de Walter Perrone


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O amor vence a morte e desconhece o tempo

Em todo o desenrolar da Carta do Espírito de Walter, sentimos o pulsar de um coração fremente de amor engrandecido.

Amor a Deus… afirmando: “Deus está em nós e devemos permanecer em Deus.”

Amor à vida… exclamando: “Meu Deus, a vida é maravilhosa.”

Amor ao trabalho… esclarecendo: “A vida prossegue, e nós prosseguimos trabalhando.”

Amar aos seus íntimos e aos amigos da família… com dedicação especial à sua “querida velhinha”, expressão de tratamento que sempre usou para com sua mãe: “Venho rogar à senhora, minha santa velhinha, para sorrir e viver.”

Destarte, diante destas manifestações de elevado sentimento, podemos repetir com o Autor Espiritual:

O amor, mais uma vez, venceu a morte!


A morte física nada mais é do que uma mudança de estado, a transferência do Espírito — ser inteligente da criação — do escafandro carnal para um Plano de vibrações mais sutis.

A campa é o marco do nosso regresso à realidade maior, retorno ao Mundo eterno, normal e primitivo do Espírito imortal — mas essa viagem não opera milagres em ninguém. Continuamos os mesmos, com a nossa individualidade, que é um dos atributos básicos do Espírito. As virtudes ou as imperfeições morais, a sabedoria ou a ignorância, que fazem morada em nosso ser, não sofrem mutações repentinas.

Comentando sobre a vida além da morte, elucida-nos Emmanuel: (Rot)

“Atravessado o grande umbral do túmulo, o homem deseducado prossegue reclamando aprimoramento.

A criatura viciada continua exigindo satisfações aos apetites baixos.

O cérebro desvairado, entre indagações descabidas, não foge, de imediato, ao poço de obscuridades em que se submergiu.

E a alma de boa vontade encontra mil recursos para adiantar-se na senda evolutiva, amparando o próximo e descobrindo na felicidade dos outros a própria felicidade.” n

Walter é o Espírito de boa vontade que se atirou em auxílio aos entes queridos, que ficaram na Terra, presos a problemas aflitivos, mesmo antes de uma completa adaptação em sua nova vida e de gozar pleno equilíbrio emocional, pois confessa que, embora “balançando entre melhoras e quedas súbitas de emoção”, sofreu muito, ao ver sua estimadíssima progenitora hospitalizada por sua causa.

Evidentemente, logo que pôde, integrou-se a equipes socorristas do Mundo Espiritual, cooperando decisivamente na recuperação da saúde materna: “Foi o meu primeiro trabalho aqui, arrancá-la daqueles momentos de angústia.”

Contudo, não ignorava que uma cartinha sua, com palavras de conforto e de orientação, muito ajudaria no reequilíbrio emocional da mãezinha idolatrada e de seus familiares inesquecíveis. E, passou a trabalhar também com esse objetivo.

Mas, sabemos que o número de entidades espirituais que procuram aproximar-se dos seus entes amados encarnados, de um modo mais direto ou concreto, por via mediúnica, é enorme. E os médiuns — que trabalham com humildade e devotamento sincero ao próximo, constituindo intermediários seguros e fiéis entre o Aqui e o Além — são, naturalmente, os mais procurados, formando com o tempo uma fila imensa de postulantes. É uma lei geral da vida. Como o trabalho de um médium muito solicitado tem um limite de atendimento, entendemos claramente a afirmativa de Walter: “Mamãe querida, lutei muito por estes minutos.”

Quantas situações aqui no plano terráqueo ficariam conturbadas e, às vezes, seriamente comprometidas, se o intercâmbio entre os habitantes dos Dois Mundos — material e espiritual — fosse franqueado amplamente!

Entendemos, assim, que as comunicações autênticas obedecem a diretrizes superiores para que elas se processem com real proveito a todos.

Walter, pelo seu trabalho assistencial, com base no amor puro e pelas suas intenções enobrecidas, resultantes de maturidade espiritual invejável, conquistou o mérito de transmitir, através de um lápis mediúnico honrado, tudo o que queria e precisava dizer.


Facilmente se observa que a carta, endereçada por intermédio do correio mediúnico, é rica em informações comprobatórias de sua autenticidade.

Não bastando as características da personalidade ativa e amorosa de Walter, extravasadas nessa missiva, deparamos com numerosas citações totalmente confirmadas pela sua família, as quais comprovam a legitimidade da mesma.


Hércio Marcos Cintra Arantes


NOTAS ELUCIDATIVAS


Por ordem de aparecimento no texto, esclareceremos as referências contidas na mensagem:

1) mamãe e papai — D. Maria D. Perrone e Sr. Murilo Perrone, residentes em São Paulo, à Rua Emílio Mallet, nº 244, Tatuapé.

2) Suely — Suely Perrone, esposa.

3) Wilma — Wilma Marinho, empregada da casa, muito estimada pela família Perrone.

4) Waltinho — Walter Perrone Filho, nasceu 2 meses após a desencarnação do pai.

5) Soninha — Sônia Aparecida Perrone, irmã.

6) Berto — Carlos Roberto Perrone, irmão.

7) Minha velhinha — Quando encarnado, assim tratava a sua mãe.

8) Su — Na intimidade, assim chamava a sua esposa, Suely Perrone.

9) Santa Helena — Hospital onde D. Maria Perrone ficou internada, 3 meses após a desencarnação do filho.

10) Avô Perrone — Carlos Perrone, desencarnado em 6/11/1962, aos 66 anos de idade.

11) Mariazinha — Mãe de um colega do Autor Espiritual. Faleceu 4 anos antes do Walter.

12) Tia Isaura — Isaura D. Hernandes, madrinha de Walter, porém, carinhosamente, ele a chamava de “Tia Isaura.”

13) Tia Guida — Margarida D. Campoi, também carinhosamente tratada por “Tia Guida.”

14) Doutor Massau — Dr. Massau Simizo, médico da família e do Hospital Santa Helena.

15) Doutora Harliey — Dra. Harliey Fernandes Rizzo, amiga da família.

16) Doutor Edgard — Dr. Edgard de Barros, médico da família, há 30 anos.

17) Rua Vilela — local da indústria de propriedade da família, da qual era sócio.

18) 14 de fevereiro — data do desenlace.

19) Carlos — irmão já mencionado, porém, este era o modo como o tratava comercialmente; na intimidade o chamava de Berto.

20) Sônia — Sônia Constantino Perrone, esposa de Carlos.



[1] XAVIER, Francisco Cândido. — Roteiro. Pelo Espírito Emmanuel. 3ª ed., Rio de Janeiro, FEB [1972] cap. 124, 125.


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