1 Beija essas mãos que alentas e que afagas,
Quando és bondade apenas, branda e pura,
Mãos engelhadas, mãos em miniatura,
Mãos trêmulas, mãos tristes, mãos em chagas!…
2 Mãos que recordam náufragos, nas vagas
De atormentado mar, em noite escura,
Mãos que ensinam, em preces de amargura,
Quão pequenina a dor em que te esmagas!…
3 Beija essas mãos cansadas, quase mortas,
Flores de sangue e fel que reconfortas,
A estender-lhes consolo, pão e ninho.
4 E, quando a morte apague a luz que levas,
Essas mãos, como estrelas sobre as trevas,
Brilharão por degraus de teu caminho!…
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