O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Antologia dos Imortais — Autores diversos — 2ª Parte — Waldo Vieira


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Erasmo Júnior n

LUXO E LIXO

1 Às vezes, dizes: “Trabalho
É carroção que não puxo.”
E avanças devagarinho
Para a gaiola do luxo.
Lá dentro, acabas suando,
Qual estudante no espicho,
Aprendendo, muito tarde,
Que o ócio é cama de lixo.


2 Entornas grandes promessas
Em fala, sonho, debuxo,
No entanto, buscas, primeiro,
Conforto, destaque, luxo…
Consomes a força e o tempo
Em sono, prato, cochicho,
E, um dia, clamas debalde
No escuro montão do lixo.


3 Anseias dinheiro a rodo,
Cheque e cheque em papelucho,
Regalo de toda espécie,
Caminho talhado em luxo…
Mas, depois de tanto fausto,
Tanto enfeite, tanto nicho,
Mergulhas além da morte
Na grande maré do lixo.


4 Não conserves a existência
Por tesouro no cartucho.
Muita gente afunda e morre
No antigo atascal do luxo.
O bem de todos é a lei
Que a vida guarda a capricho.
Repara que todo excesso
Vem do luxo e cai no lixo.



[1] ERASMO JÚNIOR (Deraldo Dias de Morais) — Formou-se, em 1918, pela Faculdade de Medicina da Bahia. Catedrático de latim no então Ginásio da Bahia. Na revista A Luva, criou uma seção de versos humorísticos intitulada “A Bandurra de Ferro”, assinando-a com o pseudônimo Erasmo Júnior, geralmente usado em suas produções poéticas, segundo informa Aloysio de Carvalho Filho (Coletânea Poet. Bahianos, pág. 161). Pertenceu à Academia de Letras da Bahia, tendo ocupado a cadeira nº 19. (Salvador, Bahia, 24 de Fevereiro de 1896 — Salvador, 9 de Agosto de 1943.)


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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