1 O homem demanda, embora surdo e lento,
A verdade que o busca, viva e certa;
Mas dorme na ilusão a que se oferta,
No garimpo interior do pensamento. n
2 Iludido, cansado, desatento,
Crendo no acaso, um dia brilha e acerta…
Muda-se então a vida em luz aberta
Pela fulguração de um só momento.
3 O súbito clarão de uma faísca
Explode no horizonte azul e risca
O alto manto do céu em que se enflora…
4 Assim, a ideia nova em nossa mente:
Eclode num lampejo incandescente
E abre caminho pelo mundo afora…
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Augusto Álvaro de CARVALHO ARANHA — Depois de estudar no Maranhão e em Pernambuco, veio C. Aranha a matricular-se na Faculdade de Direito de S . Paulo, bacharelando-se em 1901. Além de poeta distinto, foi promotor e juiz em algumas cidades do interior paulista. Colaborou em inúmeros órgãos da imprensa de Sergipe, Pernambuco, Rio e S. Paulo . Sócio do Instituto Histórico e Geográfico de S. Paulo. Sobre ele assim se externou Armindo Guaraná, em seu Dic. Bio-Bibl. Sergipano, pág. 41: “Poeta primoroso e festejado da escola parnasiana, é também um espírito dotado de filantropia e um juiz culto e reto.” (Aracaju, Sergipe, 30 de Janeiro de 1876 — Rio de Janeiro, Gb, 30 de Março de 1928.)
BIBLIOGRAFIA: Primícias; Poeira do Meu Caminho; Visão das Horas; etc.
[1] Leia-se in-te-rior, com sinérese.