O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Antologia dos Imortais — Autores diversos — 2ª Parte — Waldo Vieira


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Inês Sabino n


NO DIA DE FINADOS

1 Agradeço, meu filho, a glória que me deste, n
O mármore custoso, o imponente jazigo,
A legenda piedosa, as flores que bendigo,
A oração da saudade, a sombra do cipreste…


2 Mas afasta de nós a pompa que me veste!
Este luxo no chão é miséria comigo… n
Quero apenas o amor por sacrossanto abrigo,
Dá-me teu coração por tesouro celeste.


3 Não me busques, em vão, na gelidez das lousas!
Transfunde-me a lembrança em pão que reconforte
A quem viva de fel na aflição que te espia…


4 Procura-me na dor do caminho em que pousas
E esparze em tudo o bem, porque a bênção da morte,
Que me acordou na luz, há-de acordar-te um dia… n



[1] INÊS SABINO Pinho Maia — Poetisa, jornalista e romancista. Domingos Carvalho da Silva, em sua obra Vozes Fem. da Poes. Bras., pág. 22, considerou-a merecedora de figurar num seleto grupo de poetisas da fase pós-romântica e parnasiana. Iniciou a sua educação literária na Inglaterra. Regressando ao Brasil ainda bem jovem, pouco depois dava a público as suas primeiras poesias e traduzia, para o português, contos, novelas e pequenos romances ingleses e franceses. Foi uma das escritoras que no Nordeste, em fins do século XIX, lutou pela participação da mulher nas lides literárias, contra um meio adverso nesse sentido. No prefácio à sua obra Impressões, Inês Sabino Pinho Maia fez esta judiciosa observação: “Retirem-se do manto estrelado da poesia os salpicos do ideal, que um livro de versos não passará de um compêndio enjoativo das verdades amargas que nos rodeiam acremente por toda a parte.” O Jornal do Commercio, do Rio, em seu número de 14 de Setembro de 1911, destacou-lhe a “grande nobreza de sentimento”, o “espírito caridoso e esmoler” e a real estima de que ela gozava na sociedade, “pela sua inteligência e fina educação”. (Bahia, n 31 de Dezembro de 1853 — Rio de Janeiro, GB, 13 de Setembro de 1911.)
BIBLIOGRAFIA: Ave Libertas, poemeto; Rosas Pálidas, versos (1ª Série); Impressões, versos (2ª Série); Contos e Lapidações; etc.


[2] Verso 1 - Enumeração.


[3] Verso 6 - Antítese.


[4] Verso 14 - Poliptoto: “Que me acordou…, há-de acordar-te…”


[5] Affonso Costa em “Poetas de outro Sexo”, p. III, afirma ter ela nascido na Bahia e não em Pernambuco.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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